Igrejas católicas e evangélicas podem se transformar em “currais eleitorais”

 

Recentemente, o governador Flávio Dino “nomeou” pelo menos 50 capelães para atuarem como “pregadores do evangelho” nos quartéis da Polícia Militar, nos grupamentos do Corpo de Bombeiros, em órgãos da Polícia Civil e em unidades prisionais. Uma espécie de “Exército Espiritual” cujos “missionários” passaram a ter salários estratosféricos.
Diante do exagero de tantos “servidores salvadores de almas” no Maranhão, houve repercussão na imprensa nacional, por conta da desproporção de tantos “pregadores” no Estado com relação a outras unidades da Federação como São Paulo e Minas Gerais.
Muito, mais muito antes disso, a classe política brasileira já havia tratado de criar legendas partidárias usando a palavra ‘Cristão’ ou ‘Cristã’ em sua nomenclatura. Assim surgiram o Partido Trabalhista Cristão-PTC; o Partido Social Cristão-PSC; o Partido da Social Democracia Cristã-PSDC, entre outros. Todos com uma plataforma política voltada para a defesa de afirmação de
terem valores cristãos. Mas na realidade, isso acabou, provocando confusão conceitual entre as pessoas.
Por outro lado, com a chamada “Bancada Evangélica” formada no Congresso Nacional, igrejas das mais variadas denominações, Brasil afora, terminaram por se transformar em “currais eleitorais”. Sabe-se que em muitos casos, pastores e padres têm o poder da persuasão e a simpatia dos fiéis. Assim, com o templo, o tempo, os assistentes, a assembleia e o púlpito o segmento religioso acaba virando “currais eleitorais”, observando-se as exceções.
É notório que entre a Leitura Sagrada e o ato de pregar o Evangelho nos templos religiosos, sempre sobra um tempinho para os espertalhões da política partidária garimparem e abocanharem verdadeiros redutos eleitorais e assim, buscarem sustento dos seus objetivos nas urnas, com o apoio de grupos “coordenados” por pregadores do evangelho.
Não é por acaso que aqueles panfletinhos contendo a foto, o nome e o número do candidato, distribuídos durante a campanha eleitoral e principalmente no dia da eleição são chamados de “Santinhos”.
MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL EM AÇÃO – Vale destacar, que atento ao que pode acontecer, o Ministério Público, através dos promotores eleitorais Jadilson Cirqueira de Sousa e Joaquim Ribeiro de Souza, emitiu Recomendação, em 8 de agosto, aos capelães, dirigentes de entidades ou associações religiosas de Imperatriz (MA) para que orientem padres, sacerdotes, clérigos, pastores, ministros religiosos, presbíteros, epíscopos, abades, vigários, reverendos, bispos, pontífices ou qualquer outra pessoa que represente religião a se absterem de praticar atividades que configurem propaganda eleitoral irregular.

Propaganda eleitoral nas igrejas devem ser evitada

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