ATÉ O PESCOÇO – Com tanta trairagem, faltariam postes para pendurar tantos “judas”

Houve a época em que a “malhação de judas” no finalzinho da tarde e início da noite do Sábado de Aleluia era um ritual realizado em diversos bairros de São Luís. A encenação atraía moradores, principalmente jovens e crianças que iam apreciar a imagem de um boneco feito de trapos, usando roupas e calçados velhos, pendurado em um dos postes de energia elétrica, num tempo em que a voltagem ainda era em 110.

Foto: Reprodução (redes sociais/Facebook)

Antes do “enforcamento” do boneco que representava o “discípulo traidor” de Jesus Cristo, havia a leitura do “testamento”. Comumente, o judas ganhava o nome de um morador chato ou de pouca simpatia na comunidade. No entanto, políticos de atuação duvidosa ou de pouca popularidade, também eram “homenageados” com o seu nome emprestado à figura pendurada no poste.

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Madre Deus, Lira, Cavaco, Camboa, Coreia de Cima, Monte Castelo, Caratatiua, Alemanha, Jordoa, João Paulo, Sacavém, Santa Cruz, Santo Antônio, Anil, Cruzeiro do Anil, Cohab, entre outros bairros da capital maranhense, ainda insistiram nessa encenação popular em via pública, até poucos anos atrás. Mas era o Laborarte, instituição cultural localizada na Rua Jansen Muller, no Centro de São Luís, que realizava com toda pompa esse rito na presença de grande público no entorno do poste em que o personagem principal do Sábado de Aleluia ficava pendurado.

Atuamente, com o crescimento urbano da cidade e o consequente aumento do posteamento da rede elétrica, em contraste com o declínio desse movimento profano, a trairagem e puxadas de tapete seguem galopantes, nos mais variados setores, não somente em São Luís, como no Brasil inteiro. Sendo assim, é sugestivo dizer que faltariam postes para pendurar o “boneco traidor”.

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