A falta de manutenção da malha viária que serve o Brasil de norte a sul e leste a oeste não se limita apenas aos esburacados percursos em terra firme. Por entre muitas dessas rodovias federais estão pontes metálicas e de concreto armado ou pré-moldado, que passam sobre cursos d’água, desníveis geográficos e áreas alagadas.
No Maranhão, por exemplo, a rodovia BR-135, único acesso rodoviário à Ilha de São Luís, é servida por duas pontes que fazem a ligação com o continente. Os dois elevados erguidos sobre o Estreito dos Mosquitos também sofrem com a ação do tempo, falta de manutenção e excesso de tráfego.
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Tanto que em 2005, a chamada Ponte Marcelino Machado, a mais antiga, ficou interditada por meses após a emissão de laudos técnicos apontando riscos de desabamento. Na ocasião, uma mega força-tarefa foi realizada pelo então Ministério da Infraestrutura para sanar o problema estrutural.
De lá pra cá, foram feitas apenas ações paliativas e pintura de seus meio-fios e sinalização de trânsito, através do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Certamente, com a tragédia de Estreito ocorrida ontem, o órgão federal ligado ao Ministério dos Transportes vai querer mostrar serviço, solicitando levantamentos sobre as referidas pontes insulares.
Por enquanto, o Estreito daqui segue com seus acessos jogados às moscas e aos mosquitos.
Aqui tem uma agravante, pois a estrutura está suscetível às intempéries dos ventos salgados da região.