Quando se trata de ações no Supremo Tribunal Federal, não há espaço para improvisações ou argumentos descolados da realidade. No entanto, a ação apresentada pelo Solidariedade em favor do deputado Othelino Neto parece ter ignorado esse princípio básico.

Deputado estadual Othelino Neto (Foto: Reprodução)

A petição pede que a eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Maranhão seja revisada, solicitando que Othelino seja declarado o verdadeiro presidente, em substituição à atual presidente Iracema Vale. O argumento central? A norma do regimento interno da Assembleia, que utiliza a idade como critério de desempate, deveria ser substituída pela regra da Câmara Federal, que prioriza quem possui mais mandatos parlamentares.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O problema? Quem redigiu a ação esqueceu de fazer o dever de casa e analisar o currículo político de Iracema Vale. Enquanto Othelino tem uma trajetória de deputado estadual, a deputada acumula uma carreira ainda mais robusta: dois mandatos como vereadora, dois como prefeita e agora como deputada estadual. Pelo próprio critério defendido na ação — o de que mais mandatos indicam maior experiência —, Iracema supera Othelino com folga.

A ironia não passou despercebida nos bastidores políticos. Se o STF decidisse adotar a lógica sugerida pelo Solidariedade, o resultado seria ainda mais desfavorável a Othelino. O que era para ser um ataque estratégico virou, literalmente, um tiro no pé, colocando em dúvida a consistência jurídica e política de sua argumentação.

Com esse erro de cálculo, a ação não apenas perde força, mas expõe a fragilidade das articulações em torno de Othelino. O caso demonstra que, em disputas jurídicas de alto nível, palavras e argumentos sem embasamento podem ser mais prejudiciais do que úteis. Resta agora acompanhar os próximos desdobramentos e ver se o deputado conseguirá reverter a situação ou se terá que lidar com as consequências de sua própria estratégia mal planejada.

Xx

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE