É claro e evidente que as fissuras marcadas pelo tempo entre dinistas e o governador Carlos Brandão foram inevitáveis. Desgastes dessa natureza são comuns no campo da política, principalmente quando o atual líder conviveu com leões e passou por perrengues no passado.
Comenta-se que no Maranhão, durante sete anos do governo Flávio Dino, o então vice-governador Brandão, por algumas ocasiões, provou do ranço de alguns integrantes do alto escalão do Executivo estadual. Mas o bom sertanejo suportou as situações adversas e hoje está na titularidade, elrito pela vontade popular.
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Aliás, adjetivos como pacificador, conciliador, agregador e defensor da unidade do grupo definem bem o atual chefe do Executivo.
Apesar desses rótulos, em julho, o vice-governador Felipe Camarão entregou, digamos assim, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), uma das pastas mais importantes e pomposas do governo. Essa atitude talvez tenha comprovado que o mar não estava pra peixe, muito menos para crustáceos.
De lá pra cá, Camarão enveredou por incursões Maranhão adentro, essencialmente durante a campanha eleitoral, enquanto Brandão seguiu seu caminho, anunciando obras e entregando equipamentos em diversos municípios maranhenses. Ao ponto do secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão declarar que em todas as cidades por onde andou tem obras do governo do patrão.
Tudo isso, vai de encontro com o que parte da imprensa publicou recentemente: uma espécie de renúncia conjunta entre Brandão e Camarão. O governador disputaria o Senado Federal e Felipe Camarão a Câmara de Deputados.
A história não é e nem será bem assim. Quem conhece Carlos Brandão, sabe que seu cardápio é mais direcionado para pratos do sertão acompanhados de ‘baião de dois’. Nada de frutos do mar com ‘arroz de cuxá’…