HEINEKEN DE FORA – Governo do Maranhão favorece a Ambev de forma “magnifica” e desprestigia a Brasil Kirin

Desde os anos 1980, no Maranhão, em especial na cidade de São Luís, a “guerra” no mercado cervejeiro foi constante e acirrada. Certamente, pelo potencial de consumo dos maranhenses apreciadores desta tradicional e milenar bebida fermentada, feita à base de lúpulo, malte e água.

Cerveja Magnifica: arma da Ambev para combater a Glacial da Brasil Kirin

Assim, até o fim da década de 1990, a batalha era travada entre as concorrentes Antarctica, Brahma e Cerma (Cerpa), no chamado consumo ‘ABC’, que disputavam ponto a ponto de vendas da orla marítima, assim como de bares e quitandas situados na região central e periferia da capital maranhense. Nessa “guerra gelada”, clubes sociais e eventos culturais e esportivos serviam de vitrine para a conquista e liderança de mercado, com reflexos nas cidades do interior, mercado esse, que ora foi da Antarctica, ora foi da Brahma, ficando a Cerma (Cerpa) “comendo pelas beiradas” junto com Kaiser e Schincariol.

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A trégua para por fim a esse duelo entre as duas principais marcas de cerveja do Brasil só foi assinada no último ano do século passado, quando houve a fusão entre Antarctica e Brahma entrando no pacote, as marcas Skol, Bavária e Bohemia, que resultou na Ambev (InBev). Este processo de fusão aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), na época, acabou sendo batizado pela Kaiser, de “confusão”.

Flávio Dino: garoto propaganda da Cerveja Magnifica (Foto Internet)

Agora não, a situação é outra! Além das marcas citadas acima, uma avalanche de novos rótulos e conceitos invadiu o Maranhão, sobretudo, São Luís. Aportaram na Ilha as solicitadas ‘cervejas puro malte’, como Heineken, Eisenbahn, Petra, Itaipava Premium, entre outras. Também surgiram marcas populares, chamadas de low price   (preços baixos) e assim, todas as faixas de consumo passaram a ser atendidas a gosto do freguês.

Em dezembro do ano passado, a Ambev “inventou” e lançou uma cerveja por nome Magnifica, à base de mandioca, para ser vendida especialmente no Maranhão. O governador Flávio Dino apoiou, experimentou e ajudou a popularizar a nova marca. A estratégia inicial era convencer o maranhense a consumir uma cerveja de sua terra, tendo em sua composição uma matéria-prima local e ao mesmo tempo, fomentar a produção do tubérculo envolvendo o pequeno produtor rural.

Com as benesses fiscais do Governo do Maranhão, a Magnifica virou, na verdade, uma arma de grosso calibre para combater a cerveja Glacial, do Grupo Brasil Kirin, consumida nas regiões periféricas das cidades, com preço atrativo a qualquer bolso. O objetivo da Ambev seria limitar e em seguida reduzir o crescimento da Glacial, marca popular e com grande aceitação no mercado, freando assim, a participação da sua principal concorrente, no caso a Brasil Kirin.

Cerveja Heineken: poucas chances de ser fabricada no Maranhão (Foto Reprodução)

Acontece que por trás da Brasil Kirin está a poderosa, atrativa e com rejeição quase zero Heineken com seu vasilhame na cor de esmeralda que tem atraído consumidores de todas as classes sociais. No entanto, mesmo tendo uma unidade produtora na cidade de Caxias, no interior maranhense, a Diretoria da Heineken não conseguiu sensibilizar o Governo do Maranhão para produzir a cerveja em terras caxienses.

De verde, o sinal ficou definitivamente vermelho para a Heineken ser produzida no Estado, graças a pesada carga tributária imposta pelo governo. Seriam mais empregos, redução no preço desta bem solicitada cerveja e claro, mais arrecadação de impostos, porém, nada que chegasse a atingir quase 1/3 do preço desta bebida, como foi oferecido o percentual de  encargos pelo fisco estadual.

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