O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), avalia ir à Procuradoria-Geral da República contra Jair Bolsonaro pelo crime de racismo. Durante o café da manhã com jornalistas nesta sexta-feira (19), Bolsonaro criticou Dino e se referiu aos estados da região Nordeste pelo termo “Paraíba”, termo considerado pejorativo para se referir a nordestinos fora da região, especialmente no Rio de Janeiro, estado de Bolsonaro.
Bolsonaro disse que, dos governadores do Nordeste, o pior é Flávio Dino. “Dos governadores de ‘Paraíba’, o pior é o do Maranhão. Não tem que ter nada com esse cara”, afirmou o presidente, dirigindo-se a Onyx Lorenzoni, chefe da Casa Civil.
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Dino, que é de um partido de oposição a Bolsonaro, o PCdoB, conversou com o jornalista Guilherme Amado, colunista da Revista ÉPOCA sobre o caso.
Como o senhor recebeu a declaração?
Hoje (sexta-feira) ele estava em um dia inspirado. Essa postura sectária dele foi contra diversos setores ao mesmo tempo. Foi contra a Miriam Leitão (Bolsonaro mentiu, afirmando que a jornalista Miriam Leitão inventou ter sido torturada na ditadura militar), os artistas (Bolsonaro ameaçou extinguir a Ancine, caso não haja um filtro cultural nos filmes financiados com dinheiro público), contra quem passa fome (Bolsonaro afirmou que não se passa fome no Brasil) e contra os nordestinos. Ele tem a cada dia piorado.
O senhor fará algo sobre a declaração?
É uma declaração criminosa. Configura um crime, previsto na lei que trata de racismo. Ele não pode falar assim. O presidente da República, ao dizer algo desse tipo, está praticando e incentivando que outros pratiquem o crime de racismo. Se ele não se explicar, vamos tomar providências junto à PGR para apurar a atitude dele.
(Do site Época.Globo.com)