Especialista em Nutrição da Faculdade Anhanguera comenta quais erros de higiene e armazenamento de produtos in natura devem ser evitados
Uma dieta saudável e equilibrada é baseada na quantidade ideal de proteínas, carboidratos, gorduras, fibras, cálcio, vitaminas e outros minerais, que oferecem energia e disposição, ajudam o sistema imunológico e previnem doenças. Porém, de acordo com a coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera, Kalina Leite, manter uma alimentação saudável também depende da qualidade e da segurança dos alimentos ingeridos.
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Imagem ilustrativa (Reprodução)
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos, cerca de 600 milhões de indivíduos no mundo adoecem e 420 mil morrem em decorrência de doenças transmitidas por alimentos (DTA). Dentre esses dados, a pesquisa revela que o local com maior taxa de ocorrências de contaminações é dentro de casa.
A docente explica que existem procedimentos fundamentais para garantir uma refeição saborosa, segura e livre de impurezas. “A higienização e conservação correta é fundamental para que o valor nutricional dos alimentos seja aproveitado em sua totalidade, sem perda de nutrientes, e alguns cuidados devem ser levados em conta, tanto no preparo doméstico como em restaurantes, evitando também contaminações”, afirma a educadora.
A seguir, a especialista elenca as etapas para o correto manuseio e armazenamento dos alimentos:
Higiene – A limpeza é um aspecto fundamental e deve estar presente durante todo o processo. Antes de iniciar os preparos, lembre-se de lavar bem as mãos, os equipamentos e utensílios como facas, tábuas e panelas, além de higienizar com cuidado os alimentos, principalmente, se o consumo for de frutas e vegetais crus. Além disso, animais e insetos devem ser mantidos longe do local de preparo.
Sanitização – Esse processo deve ser utilizado para todos os alimentos que serão consumidos crus e é fundamental para redução do número de microrganismos.
Após a limpeza, os ingredientes devem ficar de molho em solução clorada. Pode-se usar hipoclorito, encontrado em supermercados (usar diluição recomendada pelo fabricante), ou água sanitária que tenha 2 a 2,5% de hipoclorito de sódio na sua composição. Nesse caso, a diluição é 1 colher de sopa de água sanitária para 1 litro de água.
Em seguida, o indicado é deixar os ingredientes por 10 ou 15 minutos na mistura. Após a pausa é necessário fazer o enxague em água corrente, para retirar todo o resíduo da solução. No caso das frutas sensíveis, elas devem permanecer na solução por apenas 5 minutos.
Separe alimentos crus e cozidos – Procure trabalhar com alimentos crus em superfícies diferentes, além de higienizar os utensílios a cada manuseio. Outra recomendação é separar os recipientes de armazenamento para evitar a contaminação cruzada. Então, alimentos crus e cozidos juntos nem pensar!
Temperatura – Completar a etapa de cozimento é essencial para evitar contrair doenças. Por isso, é recomendado ferver os alimentos a uma temperatura acima de 70º C, pois é capaz de matar a maior parte dos micróbios presentes. Não é recomendado deixar alimentos expostos, em temperatura ambiente, por mais de duas horas, nem descongelar alimentos em temperatura ambiente, como em cima da pia, por exemplo.
Armazenamento – A durabilidade dos alimentos também depende do modo como são conservados. Por isso, siga a recomendação de temperatura indicada para cada tipo de produto, em casos de cozidos e/ou perecíveis, busque refrigerá-los rapidamente.
Procedência – Outro ponto importante é levar em consideração a trajetória do alimento até o prato, por isso, a recomendação é dar preferência aos fornecedores e fabricantes que fazem o processo o mais transparente possível. Durante a compra, selecione alimentos seguros e frescos, leia as embalagens e rótulos para entender o tipo de conservação e a indicação de consumo do produto e fique atenta as validades destes.