SÃO JOÃO DO MARANHÃO – Decoração Junina super, mas a programação nem tanto… (*).

Permitam-me proceder a uma rápida avaliação sobre a programação junina que se anuncia. Inicialmente gostaria de parabenizar a gestão pública por ter inovado na decoração dos festejos juninos.  Mas, só isso é pouco. Percebo que ao longo dos últimos seis anos têm perdido espaço na organização desses festejos. Falo com a propriedade de quem já esteve no comando dessa festa, pois fui Presidente da Fundação Municipal de Cultura, no período de 2009 a 2012, na gestão do ex-prefeito João Castelo.

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Programação pífia

Para fundamentar melhor essa minha provocação (ou afirmação – como queiram), quando estive no comando da festa fazíamos 30 dias, no mínimo, de atividades festiva em toda cidade e atendíamos a quase 500 grupos culturais…. E ainda não atendia toda demanda. Isso é uma constatação. Porém fico pasmo, quando vejo uma decoração impactante com uma programação pífia de apenas seis dias na Praia Grande. Senão vejamos: duas prévias nos dias 14 e 15 de junho, e nos dias 21, 22, 28 e 29, na Praça Nauro Machado, Volto a repetir, o que é muito pouco, para o espaço do nosso Centro Histórico – Praia Grande.

A Praia Grande é o coração da cidade e quem quiser desenvolver um projeto cultural, empreendedor e visível em São Luís tem que priorizar esse espaço geográfico. Só com a decoração é muito pouco. Afirmo isso para o bem de nossa cultura e dos praticantes e apreciadores da cultura maranhense. Temos uma das maiores diversidades culturais do Brasil, mas nas atualidades não estamos atendendo nem correspondendo à maioria desses grupos culturais. Por que será? Não se faz uma boa peça teatral só com um bom cenário, ou uma boa trilha sonora, ou bons atores, temos que ver todos os pormenores.

O que temos presenciado no momento é o clamor dos nossos produtores por conseguir colocar suas manifestações na programação oficial do poder público, considerando que esta é a fonte de maior visibilidade econômica para esses grupos. Mas, parece que há uma orientação de que sejam privilegiados um pequeno grupo de apadrinhados e algumas atrações de outros Estados, como se os festejos juninos de nossa cidade precisasse ser socorridos por nomes artísticos que estão ou já estiveram na grande mídia.

Puro engano. Nossas atrações culturais são suficientemente boas e de alta qualidade artística. Nossos grupos de “Bumba Meu Boi”, ou de “Tambor de Crioula”, ou de “Cacuriás”, ou de “Dança do Coco”, ou “Quadrilhas “Juninas”, ou “Toques de Caixa”, ou “Danças Portuguesas”, entre tantas são os melhores grupos para nossa gente e para os visitantes de nossa terra nesse período.

Parabéns gestores por terem investido na inovação da decoração de nosso Centro Histórico, mas vamos valorizar nossos grupos culturais para que eles não morram ou desapareçam, como por exemplo, estão desaparecendo os Blocos Tradicionais do Maranhão no nosso carnaval. Em 2012 tínhamos 49 grupos, em 2019 tivemos aproximadamente 30 grupos. Esses dados são ou não relevantes?

(*) Euclides Moreira Neto – Professor Mestre em Comunicação na UFMA, Investigador Científico e Jornalista.

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