Abril Laranja é o mês da prevenção contra a crueldade animal
Quando você escuta a palavra crueldade contra animais logo pensa em alguém espancando um cachorro ou matando a pedradas um gato. Mas esse ato vai além da dor física, pois abandonar um pet também deixa feridas que ninguém vê: as feridas emocionais.
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Na pandemia, por se sentirem sozinhas demais, as pessoas começaram a adotar animais de estimação. Elas queriam uma companhia para enfrentar os momentos de solidão. Com o relaxamento das medidas, as pessoas que adotaram, começaram a sair mais de casa, voltaram a interagir e perceberam que o bichinho de quatro patas já não era tão importante assim.
Para se ter ideia, uma pesquisa do Radar Pet 2021, apresentada pela Comissão de Animais de Companhia, ligada a empresas de produtos de saúde para bichos de estimação, apontou que 30% dos pets foram adquiridos durante o período de isolamento social. O levantamento destacou também que a flexibilização das medidas fez com que o número de abandonos e devolução de pets disparasse no Brasil. No país, existem cerca de 30 milhões de animais abandonados. Desses, 20 milhões são cães, de acordo com levantamento da OMS.
Para a médica veterinária do PetMania, Jayanna Maia, o aumento do número de animais abandonados se dá, também, pela falta de conscientização, o não planejamento em caso de ninhadas inesperadas, falta de recursos e problemas financeiros.
“A pessoa que adotou o pet passa a ter desinteresse principalmente quando o animal já está na fase adulta e idosa quando necessita de mais cuidados, acompanhamentos. Hoje em dia, muitos animais são abandonados por estarem com alguma doença infecciosa ou tratamentos a longo prazo. Mas é justamente nesse momento que os donos precisam cuidar dos bichinhos que por anos estiveram com eles”, destaca.
A médica veterinária pontua que antes de adotar um animal, o indivíduo deve levar em consideração diversos fatores para avaliar se ele tem condições de cuidar de uma outra vida.
“Tenho tempo para passear com meu pet? Tenho um local limpo para que ele fique? Tenho condições de manter um animal com possíveis gastos que possam surgir? São essas e outras perguntas que as pessoas deveriam fazer, pois o despreparo aumenta os casos de abandonos,” alerta.
Crueldade emocional
Depois que chega numa casa nova, com o tempo, o animal se adapta e começa a ver os integrantes da família como grandes amigos. Se depois de criar um vínculo afetivo com a família esse animal for abandonado, ele pode desencadear diversos problemas de saúde.
Há casos em que o animal não consegue mais confiar nas próximas pessoas que poderão o adotar por carregar um trauma do passado, acreditando que esse tipo de prática vai sempre se repetir.
Além disso, eles podem ficar mais agressivos, fugir dos abrigos, ficarem mais recuados e com medo. Nos casos mais graves, desenvolvem a ansiedade de separação, problema de saúde que vai interferir diretamente na qualidade de vida do pet.
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