ATÉ PARTIDO REJEITA – Número 24 ainda desafia masculinidade frágil

O agente de viagens Eduardo Porto, de Fortaleza (CE), ficou tão incrédulo ao atender um cliente que se recusou a viajar na poltrona 24 do ônibus, preferindo perder o único lugar disponível e ter de remarcar a viagem para outro dia, que decidiu contar a história no Twitter. A repercussão do post, cheio de comentários com histórias similares, lembra o quanto a masculinidade pode ser frágil, além de revelar a homofobia presente no dia a dia.

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Eduardo conta que o cliente em questão precisava viajar no dia seguinte à ligação para a agência, mas ao ser informado que naquele dia só haveria um horário com uma vaga disponível, na poltrona 24, pediu para trocar a data. “No momento que o informei, já tinha até selecionado o assento, pois ele falou que precisava viajar em determinado dia”, contou o agente de viagens.

Para quem acha que esse tipo de história não existe mais, uma resposta ao post não deixa dúvidas: a imagem de uma vela de bolo no formato de “23+1 Anos” para substituir o número 24 na hora do parabéns. Sim, o produto existe e é comercializado.

Vela de bolo de aniversário vendida no mercado (Foto: Reprodução)

Um motorista de aplicativo também postou que a empresa onde trabalha o orienta a pedir aos clientes para sentarem no banco detrás por conta da pandemia, mas um passageiro lhe disse o seguinte: “Pode cancelar, não vou sentar atrás porque não sou mulher”.

Outro comentário afirma que o Senado não possui o gabinete 24, mas a informação correta é que a instituição ficou sem o número durante os anos de 2014 a 2019 — pulava do 23 para o 25, sem explicação alguma. Ao assumir o mandato em fevereiro de 2019, o então senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), hoje presidente do Senado, restabeleceu o gabinete 24. O Senado não sabe dizer por que o número foi suprimido naquele período.

O número 24 ficou associado à homossexualidade por ser o número do veado no ilegal (e muito popular) jogo do bicho.

(Por Rosana Ferreira, do Portal Terra)

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