NEM BUMBA BOI, NEM BOIADA – Dois parques destruídos e dezenas de carros alegóricos jogados no matagal

Os defensores da cultura popular maranhense e expositores de feiras agropecuárias não têm motivos para festejar os sete anos de gestão Flávio Dino. Eles podem ser considerados “vítimas” de um duro golpe letal promovido pelo governo estadual, que levou ao extermínio dois importantes palcos de manifestações folclóricas e do agronegócio no Maranhão.

Estruturas de carros alegóricos jogados na área de matagal da extinta Expoema

O primeiro a sucumbir foi o Parque Independência, espaço destinado para a realização de diversas edições da Exposição Agropecuária do Maranhão (Expoema). Sua extinção ocorreu logo no primeiro ano do governo Flávio Dino, com a proposta de que na imensa área próxima ao Conjunto São Raimundo, em São Luís, seria construído um núcleo habitacional dotado de apartamentos para servidores públicos estaduais. No entanto, o tempo passou e o tal projeto não saiu do discurso.

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Agora em 2022, já no final do seu mandato, Dino acabou de vez com o conhecido Parque Folclórico da Vila Palmeira. O amplo “arraial junino” deu lugar a uma sofisticada praça pública dotada de pontos de vendas, de alguns equipamentos e luzes coloridas, que sabe-se lá como vão ser preservados. Chegou ao fim esse popular anfiteatro, que por anos abrigou a Feira dos Municípios e anos depois, festejos de matriz africana, encontros de radiolas de reggae e claro, as tradicionais festas juninas.

Carcaças de ferro retorcidos e o símbolo do folclore maranhense: o boi

Convém lembrar que estes dois extintos parques tiveram destinos em comum. O da Vila Palmeira, nos últimos anos, serviu para algumas escolas de samba guardarem seus carros alegóricos. Já o Parque Independência, tomado por um imenso matagal, virou depósito destas mesmas carcaças de ferro, que foram desmontadas, jogadas de qualquer jeito e transformadas em um amontoado de ferro velho.

As estruturas metálicas foram cortadas como sucata

Estas estruturas, usadas ano após ano para compor alegorias carnavalescas na passarela do Anel Viário, estão sendo reclamadas por cinco escolas de samba, de cinco comunidades da capital maranhense: Império Serrano (Monte Castelo), Turma de Mangueira (João Paulo), Túnel do Sacavém (Sacavém), Mocidade Independente da Ilha (Cohab) e Terrestre do Samba (Estiva).

O carnavalesco Josafar, presidente da escola de samba do bairro da Cohab, esteve no Parque Independência e não gostou do que presenciou. Tanto é assim, que ele gravou um vídeo mostrando a forma como os equipamentos foram “dispensados” pelo governo, como se fossem sucata. Confira:

E assim, a Cidade Cultural segue, sem o boiódromo e seu bumba meu boi, e sem a Expoema e suas boiadas…

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