A cada instante moradores e visitantes da cidade de São Luís são surpreendidos com notícias desagradáveis, quando o assunto é ‘viagem’. Isso porque, além das péssimas condições da rodovia BR-135, única via de acesso rodoviário que liga a Ilha de São Luís ao continente, quem chega ou sai da capital maranhense, atualmente, tem motivos de sobra para lamentar tanto descaso com esta cidade que tem vocação natural para o turismo. E essa situação de penúria é real tanto por terra, quanto por ar e até por mar.
Basta verificar as condições de suas principais portas de entrada. Em formato de galpão, o terminal rodoviário de São Luís mais parece um mercado, onde estão instaladas verdadeiras bancas para vendas de passagens, que autoridades do setor insistem em chamá-las de ‘guichês’. Sua antiga cobertura, feita de estrutura metálica, devido a ação do tempo e de salitre está em parte, comprometida. Tanto é assim que a administração da rodoviária, orientada pela Secretaria de Estado de Infraestrutura, seguindo determinação da Defesa Civil, efetuou a interdição de parte do setor de desembarque. Complementando os votos de “boas vindas” para quem chega à capital maranhense por esta rota, uma buraqueira infernal na via de acesso às plataformas dos ônibus e diversas goteiras existentes no fragilizado teto.
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Quando o assunto é chegar à Ilha de São Luís por via aérea, não custa lembrar que alguns voos domésticos que partiam do Aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado para grandes centros urbanos do Brasil foram suspensos. A exemplo, o voo direto de São Luís para o Rio de Janeiro, que era feito diariamente pela Latam Airlines Brasil e foi cancelado desde o dia 1 de fevereiro deste ano. O motivo alegado pela companhia aérea para a suspensão desta ‘ponte’ foi a pouca demanda de passageiros na região. Soma-se a este “pouso forçado”, as acanhadas instalações do aeroporto da capital, que não dispõe de praça de alimentação ou vista panorâmica e muito menos, de um saguão adequado para atender as necessidades de seus usuários.
Chegar ou transportar cargas para São Luís via marítima, usando os serviços de ferry-boat, além de desconfortável, é caro e exige certa dose de coragem para se fazer a travessia. Mas nada comparável ao que está acontecendo no Porto do Itaqui e na Baía de São Marcos. Dezenas de navios estão ficando fundeados e perfilados por dias e mais dias, esperando pelo momento de atracar para o carregamento. O motivo de tanta demora seria problemas operacionais no Complexo Portuário de Itaqui, ocasionado pelas fortes e constantes chuvas que estariam encharcando suas principais cargas, no caso do minério de ferro e da soja.
Pelo comprometimento desta logística, empresas de navegação estariam sofrendo prejuízos financeiros por causa da demora na “fila” para carregamento e por isso, também já estariam traçando mapas para “zarparem” com seus graneleiros e cargueiros para outros portos. Caso essa prática seja concretizada, literalmente, o Maranhão pode ficar a ver navios…