“Com trabalho e honestidade, São Luís tem jeito sim!” – Esta frase de efeito alimentou as vitoriosas campanhas eleitorais do ex-prefeito de São Luís, o saudoso médico Jackson Kepler Lago em 1988; 1996 e 2000. Talvez, Dr. Jackson, que deixou um grande legado político e social no Maranhão, tenha sido o mais atuante gestor dos últimos anos da capital maranhense. Antes dele, homens públicos e técnicos, formados em Engenharia, também deixaram suas parcelas de contribuição para a cidade de São Luís, entre os quais, o futurista José Haroldo Tavares, que no início da década de 1970 projetou o Anel Viário e os também colegas de profissão Antonio Bayma Junior e Mauro Fecury.
O médico Jackson Lago, em seu primeiro mandato, iniciado em 1989, sucedeu a prefeita Gardênia Ribeiro Ribeiro Gonçalves, que prometeu “tratar São Luís com amor”, mas teve uma gestão marcada por turbulências, talvez, pelo fato do seu grupo político opor-se ao então presidente da República José Sarney. O “Doutor” antecedeu Conceição Andrade, advogada que geriu a capital do Maranhão de 1993 a 1996, com o slogan “O poder do cidadão”, mas que na prática, pouco fez. De referência da sua gestão, o Aterro Sanitário da Ribeira e a implantação das ‘feirinhas livres’, atividade mercantil que eliminava a figura do atravessador, com produtos hortifrutigranjeiros vindos do produtor direto para o consumidor.
Reeleito em 2000, Jackson Lago permaneceu no executivo municipal até meados de 2002, quando renunciou ao cargo para disputar o governo do Maranhão. Ele entregou para o seu vice e colega de profissão, Tadeu Palácio, uma cidade em processo de restabelecimento na saúde financeira e estrutural. Entretanto, o oftalmologista Tadeu, de forma míope, voltou suas duas gestões, entre 2002 a 2008, para setores que lhe proporcionasse visibilidade. São Luís ganhou o maior projeto de asseio, conservação e limpeza pública de todos os tempos, com três empresas atuando no setor (Coliseu, Limpel e Limpfort). Com a conquista do título de ‘capital mais limpa do Brasil’, Tadeu conseguiu transformar, literalmente, o lixo em luxo.
O experimentado ex-governador João Castelo Ribeiro Gonçalves, eleito em 2008, foi para o Palácio La Ravardière com o título de “tocador de obras”, mas a falta de recursos o impediu de levar São Luís adiante. Salvo três grandes feitos estruturantes, como a recuperação por completo da Avenida Santos Dumont, ligando-a à Avenida Guajajaras; a construção, de forma literal, da nova Avenida Mário Andreazza, hoje endereço de condomínios de luxo e que facilitou a vida de quem dirige veículos por estas bandas; e a ampliação da Avenida Litorânea, mesmo com entraves judiciais fomentados por “opositores” à sua gestão, Castelo ‘não saiu bem na foto’ e o resultado foi a sua não reeleição.
Desde janeiro de 2013, o advogado Edivaldo Holanda Júnior, formado em Direito, foi eleito prefeito em 2012, com o discurso da juventude se sobrepor à “ispiriência” do seu antecessor. Um gigantesco consórcio político-partidário, encabeçado por Flávio Dino, “operou pesado” a seu favor e o levou a comandar a “capital de todos os maranhenses”. No primeiro ano de sua administração, Edivaldo pouco fez, alegando a “herança maldita” deixada por João Castelo. Nos dois anos seguintes, o atual prefeito se desculpava com a população ludovicense, dizendo que sofria perseguição e retaliação da governadora Roseana Sarney, que ele dizia “não ser amiga da cidade”. Depois a desculpa do ainda jovem gestor municipal foi a crise financeira.
O fato é que o prefeito Edivaldo Junior foi reeleito em 2016, já está quase chegando ao fim do seu mandato e, como advogado, pouco tem defendido as causas de interesse da população. Em linhas gerais, marcam seus quase sete anos de administração, somente a construção da badaladíssima ‘Ponte do Pai Inácio’, no Turu e uma dezena de depósitos coloridos montados em pontos da cidade para armazenar lixo de forma separada. Apenas isso! O ‘Complexo Deodoro – Rua Grande’, que está mudando para bem melhor, a paisagem urbana da região central de São Luís, não lhe compete. É fruto de projetos do IPHAN, com recursos do Governo Federal.
Após esta explanação, a pergunta que não quer calar é a mesma: “São Luís tem jeito?” – Com a palavra, esse amontoado de gente que está auto sugerindo seus nomes como futuros pré-candidatos a prefeito de São Luís nas eleições municipais de 2020.
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