Para promover a chamada reforma de sua equipe de governo e ao mesmo tempo, satisfazer a vontade de aliados que não lograram êxito nas últimas eleições, o governador Flávio Dino (PCdoB), acaba por sacrificar a vontade do eleitor, que foi às urnas escolher seus representantes legítimos no legislativo. A “convocação” e o “aceite” de alguns deputados para integrar o seu novo secretariado, por assim dizer, provocaram como efeito colateral, certa frustração em quem votou em um determinado candidato para representá-lo na Assembleia Legislativa ou na Câmara Federal. No entanto, essas mexidas e mudanças são comuns no tabuleiro da política.
Entre os deputados estaduais eleitos ou reeleitos em 2018 que se licenciaram de seus cargos conquistados graças à “vontade popular” está Marcelo Tavares (PSB), que volta a chefiar a Casa Civil. Neto Evangelista (DEM) deve seguir o mesmo caminho e possivelmente, se reintegrar à equipe do governo dinista. Melhor para Edivaldo Holanda (PTC), que de suplente, passou a ocupar uma das 42 cadeiras do plenário da AL. Na esfera federal, Rubens Pereira Junior (PCdoB), eleito com expressiva votação para representar o povo maranhense em Brasília, deixará o Congresso Nacional para assumir a titularidade da Secretaria das Cidades do governo Flávio Dino.
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Neste caso, nem mesmo o seu primeiro suplente Simplício Araújo (Solidariedade) ocupará a vagância do cargo na Câmara dos Deputados, pois este permanecerá na Secretaria de Estado de Indústria e Comércio. Assume o lugar do deputado comunista no Congresso o “ex-sarneyzista” Gastão Vieira (Pros). Aliás, Dino, depois de conseguir mudar a formação parlamentar em nível estadual e federal para compor o seu elenco, agora quer também inserir em seu quadro governamental, quem foi eleito pela grande maioria da vontade popular para administrar determinado município.
Flávio Dino se reuniu nesta terça-feira (19) com o prefeito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva (PSDB) e na ocasião, o convidou para integrar sua equipe de governo. Só que neste caso, o eleitor não se sentirá tão frustrado assim, afinal de contas, este gestor municipal não detém tanta popularidade como no passado. Alvo de críticas e desgastado por tantos problemas de ordem estrutural em sua cidade e pela falta de recursos, Luis Fernando pode deixar a prefeitura ribamarense para participar diretamente do executivo estadual. Seria bom, Flávio Dino também convidar os outros três gestores dos municípios situados na Grande Ilha para integrar sua equipe de governo. Provavelmente, com esse gesto, eleitores e boa parte da população destas maltratadas cidades, ficarão aliviados e por demais, gratos ao governador.
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