Não é segredo pra ninguém o fato de a cidade de São Luís, desde a época de Ana Jansen, sempre apresentar problemas de locomoção e mobilidade urbana. Uma carruagem levada por cavalos sem cabeça, no mínimo, deveria seguir sem rumo e em qualquer direção. Anos depois chegaram as charretes, em seguida o automóvel trazido pelo empresário Nhozinho Santos, assim como os bondes “caradura”, os ônibus sucateados da marca ‘Caio Norte’, até os atuais coletivos acoplados, dotados de ar-condicionado e bilhetagem eletrônica.
Acontece que nesse percurso, um personagem chegou a circular em fase experimental no Aterro do Bacanga, região central da capital e logo em seguida, saiu de cena para ser “armazenado” em um galpão localizado no bairro Tirirical. Trata-se do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que em 2012, nos 400 anos de São Luís, andou, andou, descarrilou e acabou dando um verdadeiro ‘nó em trilho’ ao consumir quase 20 milhões de reais dos cofres públicos.
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Agora, pensando em buscar uma alternativa plausível para amenizar o grande problema de mobilidade urbana da capital maranhense, o vereador Astro de Ogum (PR) esteve reunido com técnicos para discutir a viabilidade de recolocar o VLT nos trilhos. Ele ouviu do engenheiro Francisco Soares, especialista em gestão de trânsito e integrante do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que, ainda é possível utilizar este transporte de massa, que “mofa” num galpão alugado, e readequá-lo para servir, por exemplo, usuários do transporte coletivo da área Itaqui-Bacanga.
Por outro lado, na manhã desta terça-feira (05), jornalistas que fazem cobertura na Assembleia Legislativa do Maranhão, depararam com uma cena inusitada. O deputado estadual Wellington do Curso (PSDB) chegou para a sessão da Casa usando terno e gravata, montado numa bicicleta. A ideia do parlamentar seria incentivar as pessoas a se deslocarem de suas casas para a lida diária neste tipo de veículo que não polui e livra o usuário dos engarrafamentos no trânsito.
Mas ninguém sabe se o nobre parlamentar de fato, veio de casa ou se pegou a bike no entorno da sede da AL, para chamar a atenção e se ele vai permanecer indo e vindo ao trabalho desta maneira. Mesmo porque São Luís não é dotada de tantas ciclovias e, conduzir bicicletas no horário de pico, neste conturbado trânsito é perigoso ao extremo. Somente por muita necessidade, o que não é o caso do deputado Wellington do Curso.