Foi-se o tempo em que as emissoras de TV praticavam o papel social de instruir o público telespectador dentro de sua programação. E pelo fato de a televisão ser um canal de comunicação de massa, com abrangência e fascinação, o próprio governo federal, durante o regime militar, implantou a TV Educativa, hoje Rede Brasil, para levar o ensino básico à população brasileira, através de programas sociais educativos.
Neste sentido, além do tele-ensino nos anos 70, o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) e o Projeto Minerva foram levados ao público por intermédio da antiga TVE. Anos depois, através de parcerias entre o MEC e a Fundação Roberto Marinho, a Rede Globo abriu espaço para os bem conhecidos Telecursos (1° e 2° graus).
Atualmente, o chamado “Padrão Globo” tem deixado de lado a preocupação com a instrução, orientação e ensinamentos básicos ao seu fiel público. Focada na ideia de mostrar intimidade com o telespectador e sem se importar com os efeitos colaterais dessa “linguagem popular”, a Central Globo de Jornalismo tem levado muita gente ao erro, diante dos “vícios de linguagem” de alguns dos seus apresentadores.
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Basta assistir aos seus telejornais, que aliás, têm dado amplo espaço para informações sobre temperatura e clima. As “garotas e garotos do tempo” pecam, de forma premeditada, ao chamar a capital de Minas Gerais de ‘BH’ ou nomear a capital de Santa Catarina de “Floripa”. A Geografia é clara e esclarece que estas duas cidades foram batizadas de Belo Horizonte e Florianópolis e pronto! Mesmo porque, no bom jornalismo, não deve ter espaço para tanta “intimidade” a fim de que o “seu cliente” não seja induzido ao erro.
Outro detalhe: um renomado professor maranhense foi categórico ao dizer que não é recomendável falar ‘previsão do tempo’ (time). O mais prudente é ‘previsão climática’ ou ‘do clima’ (weather, em inglês). Assim, chamar cidades, estados ou país por apelido, por mais que seja pelo sentimento
de amor e carinho, ficou para poetas e compositores. Para quem apresenta telejornais “padrão global”, tanta “intimidade geográfica” assim, deve ser expressada por trás das câmeras…