Em novembro de 2015 o rompimento de uma barragem que armazenava resíduos e rejeites da mineradora Vale, localizada no município de Mariana, em Minas Gerais, provocou um rastro de destruição pelo mar de lama que invadiu dezenas de propriedades rurais e boa parte do leito do Rio Doce. Vidas humanas ceifadas, danos irreparáveis ao meio ambiente e grande comoção nacional com repercussão no mundo inteiro, foram algumas das consequências deste triste episódio.
Três anos e dois meses se passaram e na tarde desta sexta-feira (25), a cena se repetiu, talvez com proporções ainda maiores. Agora, por infeliz coincidência, a tragédia aconteceu em outro município mineiro, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. A barragem da Mina do Feijão, também da Vale, rompeu e 13 milhões de toneladas de lama avermelhada desceram cobrindo uma imensa área, soterrando o centro administrativo da mineradora e diversas propriedades rurais.
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Até a tarde deste sábado, quase 50 corpos de vítimas desse desastre já haviam sido encontrados por equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil. Estima-se que mais de 300 pessoas ainda estejam desaparecidas, possivelmente, engolidas por este novo mar de lama.
Quando ainda era estatal e com o nome de Companhia Vale do Rio Doce, essa mineradora demonstrava mais cuidados preventivos com suas minas, barragens, armazéns e ferrovias. A privatização da empresa, vista por muitos como símbolo de lucratividade, ambição de mercado e desemprego, acaba de ganhar, por ser reincidente a tamanho dano, outros adjetivos: o de irresponsabilidade social, descaso com o meio ambiente e o de desvalorização da vida humana.
Estes dois desastres ambientais e humanos provocados pelo desleixo da mineradora Vale em Minas Gerais contribuem para se pensar assim. A Vale lucrando tubos com o vil metal e pessoas ‘levando ferro’, literalmente, pagando com a própria vida. No Maranhão, a Vale também segue fora dos trilhos quando o assunto é segurança e qualidade de vida para quem mora às margens de sua ferrovia.