CHAMINÉS URBANAS – “Distrito Industrial” de São Luís funcionava a todo vapor no eixo João Paulo – Filipinho

Bem antes da implantação do Distrito Industrial de São Luís às margens da rodovia BR-135, na região do Maracanã, algumas fábricas chegaram a funcionar plenamente na zona urbana da capital maranhense. E essas unidades industriais nada têm a ver com as antigas fábricas de tecelagem instaladas no início do século XIX e começo do século XX na área central da cidade ou margeando os rios Bacanga e Anil.

Bem mais recente, na década de 1960, empresários instalaram algumas unidades industriais na região que envolve os bairros João Paulo, Jordoa, Filipinho e Outeiro da Cruz, considerados polos habitacionais de São Luís. Isso provocou grande impacto positivo na economia maranhense, através da geração de centenas de empregos diretos e indiretos e aumento da arrecadação tributária. Mesmo com instalações acanhadas, produção limitada e um certo grau de poluição oriundos de suas chaminés e do barulho provocado por suas máquinas, estas fábricas eram referência na cidade, que sempre teve pouca vocação para o setor.

Fábrica Sudenveste ainda em funcionamento no bairro da Jordoa

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Entre estas unidades fabris, registro para o Café Caravelas com seu parque de torrefação e moagem, no João Paulo. Vizinhos de bairro também a Sudenveste que fabricava peças de vestuário, especialmente fardamentos, e a Indústria Gandra, produtora do sabão Girafa e depois a marca Dumaior, além de velas. Ali perto, na Jordoa, nesse mesmo período, chegou a funcionar a fábrica de fios Tupy e mais adiante, no sentido da Vila Ivar Saldanha, operou por vários anos a Indústrias Reunidas Venizelos S/A (Ivesa), que também produzia sabão, além de óleo de coco, tendo como carro-chefe o óleo comestível Sílvia.

Seguindo no rumo do Anil, o bairro Filipinho foi o endereço da Indústria Jesus, com suas vidraças e fonte iluminada, que fabricava o refrigerante do mesmo nome, além da produção de picolé e sorvete Jeneve. Esta foi encampada pela Indústria de Bebidas Antarctica do Nodeste, que passou a produzir sua linha de refrigerantes, dando conotação para a regional Cola Jeneve. Praticamente do seu lado, no bairro Outeiro da Cruz, a Companhia Maranhense de Refrigerantes se instalou para produzir bebidas gaseificadas da linha Coca-Cola, voltando a produzir o Guaraná Jesus a partir do início da década de 1980, usando como campanha publicitária “O sonho Cor de Rosa voltou!”

Esse robusto parque industrial de São Luís, ainda abrigou no Outeiro da Cruz três valiosas fábricas. A Forgesso, especializada em divisórias e placas de gesso; a Indústria Idibra, que produzia biscoitos e macarrão da marca Biriba; e por fim, a Indústria Dalban, fabricante de colchões de mola e de espuma, além de uma variedade de móveis em madeira, de primeira qualidade, assim como um dos produtos mais conhecidos do maranhense: a ‘Vassoura Taki’. Aliás, esta última unidade fabril citada, foi fundada pelo saudoso empresário Daniel Aragão Albuquerque, cuja junção do seu nome e sobrenome formou o sugestivo e forte nome de fantasia Dalban.

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