A notícia de que o empresário Rubens Menin e o jornalista Douglas Tavolaro vão lançar uma versão brasileira da CNN caiu como uma bomba no mercado. Uma parte festejou a novidade, afinal serão criados até 800 empregos em um setor que, nos últimos anos, só demitiu.
Outra parte ficou atônita e tratou de lançar dúvidas e teorias conspiratórias. Será o novo canal aliado de Jair Bolsonaro? A CNN vai ser no Brasil o que a Fox News é nos Estados Unidos? O bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal e dono da Record, está por trás de tudo? Por que o grupo Time Warner entregou a CNN, uma marca de prestígio global, para um jornalista evangélico e um construtor de casas populares? O que um engenheiro quer com um negócio de alto risco no setor de mídia? As operadoras de TV por assinatura, em crise, vão pagar pelo novo canal?
Primeiramente, não existem indícios de que o novo governo participou da gestação da CNN Brasil, mas não há dúvidas de que se beneficiará dela, mesmo que seja apenas com o efeito que sua criação pode causar na concorrência.
Partidários de Bolsonaro estão vendo no empreendimento uma oportunidade de confrontar o jornalismo praticado pela Globo, de “quebrar” a GloboNews, que há 22 anos monopoliza a informação na TV paga brasileira. Exagero. Se a CNN Brasil vier a ser uma concorrente de fato da GloboNews, já prestará um bom serviço.
Dono da construtora MRV e do banco Inter, o engenheiro Rubens Menin Teixeira de Souza, 62 anos, não esconde sua simpatia e torcida pelo novo presidente, embora tenha entrado para a lista dos bilionários da Forbes, com uma fortuna de quase US$ 2 bilhões (R$ 7,4 bilhões), turbinado pelos contratos do programa Minha Casa, Minha Vida, um cartão de visitas do PT. O self-made-man Menin e sua MRV passaram pela Operação Lava Jato.
Por Bolsonaro, Menin compra briga com a imprensa. No último dia 4, ele foi ao Twitter, onde é bastante popular (tem 299 mil seguidores), reclamar de um texto do jornalista Caio Blinder, do programa Manhattan Connection, de sua agora concorrente GloboNews. Blinder usou uma imagem de Hitler e chamou o novo presidente de “Trump Tropical”. Menin não gostou. Com alguns erros de português, disse que Blinder se “apequenou” com um “jornalismo marrom”:
Na segunda-feira (14), Menin anunciou sua entrada no mundo do mídia com um post no Twitter. Não é preciso grande esforço para ver seu discurso “alinhado” com o novo texto de Brasília.
“Sabendo da importância de uma imprensa livre e independente, pautada pela ética e responsabilidade, que trata os fatos de maneira construtiva, pretendemos protagonizar a construção de um país melhor e ampliar a sua visibilidade ao mundo com informações relevantes. Novos tempos virão!”, escreveu.
Fonte: UOL
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