NO AR E NAS ONDAS – A nostálgica história do Rádio AM em São Luís; mas bons ventos ainda hão de soprar

Antes do chamado “mordenismo” do Rádio FM (Frequência Modulada), a cidade de São Luís chegou a contar com seis faixas de Amplitude Modulada (AM), à disposição do público ouvinte. Esse contato entre emissor e receptor era um compromisso diário de fidelização, por conta da confiança transmitida tanto em forma de notícia, quanto com entretenimento. Essa interação recíproca, tinha como instrumento o rádio com diversas faixas e antenas externas, aparelho esse, indispensável na mobília da maioria das residências. Também contribuiam com essa sintonia salutar, o inseparável radinho de pilha e o autorrádio instalado em veículos de todos os portes.

Estúdio antigo de emissora de rádio AM (Foto: Reprodução)

Na época, durante os finais de semana, a audiência radiofônica se expandia em vários bairros de São Luís, por meio de “sistemas de alto-falante” instalados em via pública por lideranças comunitárias. Velhos tempos que não voltam mais…

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A seguir, de forma nostálgica, um resumo da história de fundação e afundamento do rádio AM na Ilha de São Luís. No final do texto, porém, surge uma uma antena promissora para nutrir as ondas do rádio!

A Rádio Timbira, na faixa Amplitude Modulada (AM), foi a primeira emissora de rádio do Maranhão, fundada em 15 de julho de 1941. De lá pra cá, quase uma dezena de emissoras AM surgiram e sucumbiram em São Luís, por não suportarem a concorrência da “novidade” Frequência Modulada (FM) e por ela serem engolidas, através de um incompreensível processo de migração definido pelo Governo Federal em 2013.

Para fins de registro, ao longo desses mais de 80 anos, estiveram disputando a preferência do público ouvinte ludovicense e de muitas cidades maranhenses, tanto na fase áurea do rádio, quanto na sua decadência, outras emissoras AMs. A “Poderosa” Rádio Difusora surgiu em 1956, e além de contar, fez muita história, cedendo seu estúdio como “sala de estudo” e trampolim para a maioria dos comunicadores. A Rádio Gurupi, emissora pertencente aos Diários Associados, que mais adiante virou Rádio São Luís Estéreo, do Grupo Zildeni Falcão, também contribuiu com a radiodifusão local. De igual modo, a Rádio Ribamar, do grupo Vieira da Silva, nasceu com toda força e pompa, mas depois foi substituída pela Rádio Capital, que não conseguiu se manter no ar e despencou.

No embalo da era mágica do rádio, foi concebida em 1966, a Educadora AM, mantida pela Igreja Católica, através da Arquidiocese de São Luís. Já em 1988, a Rádio Mirante AM entrou no ar e logo em seguida, ainda chegou a ensaiar uma parceria com a CBN do Rio de Janeiro, mas nada que durasse muito, diante dos confrontos das suas linhas editoriais. Não por mera coincidência, Educadora e Mirante, recentemente passaram pelo processo de migração para FM, adionando em suas nomenclaturas, respectivamente, Católica do Maranhão FM e News.

Radialista Talvane Lucato durante entrevista com Walkir Marinho, no programa Hora Extra, nos estúdios da Difusora AM

Nesse angustiante processo de decadência, a Rádio Difusora AM foi a primeira a migrar para a Frequência Modulada, episódio fatídico ocorrido em 16 de setembro de 2018, passando a ser uma tal de Nova FM, que por falta de maturidade, não demorou muito para se render à dura realidade orçamentária e ser trocada de mãos, “virando” Difusora News FM. Na mesma esteira de extinção, por muitos chamada de “evolutiva”, a Rádio São Luís AM entrou em processo de migração e trocou de comando, de faixa e de nome para Massa FM.

Porfim, a primeira emissora de rádio AM da capital maranhense, de nomenclatura indígena, chancelada e custeada pelo Governo Estadual, também deixou a tribo AM para enveredar por uma inóspita faixa de terra, sugestiva de ser considerada como frequência e audiência duvidosas.

Mas o ano de 2025 promete mudanças nas ondas do rádio, muito embora, nada que envolva o pretérito formato técnico de Amplitude Modulada. Ventos do norte indicam o início dessas novidades radiofônicas…

E tem mais um detalhe: o próximo mês de maio deverá trazer o maior e melhor do radiojornalismo, com coragem, isenção, dinamismo e linguagem popular!

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