Num aceno a Donald Trump, o presidente da Argentina, Javier Milei, voltou a ameaçar neste sábado (02/03) retirar o país do Mercosul em troca de um acordo de livre comércio com os Estados Unidos.
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Presidente da Argentina, Javier Milei (Foto: Reprodução)
Em discurso na abertura anual do Congresso, Milei alegou que o bloco criado em 1991 e do qual também fazem parte Brasil, Paraguai, Uruguai e Bolívia (esta última em processo de adesão) só serviu para “enriquecer os industriais brasileiros” às custas do empobrecimento dos argentinos.
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Ao reafirmar seu desejo de fechar um acordo comercial com os americanos, o líder argentino disse que essa é uma “oportunidade histórica”. “Mas para aproveitar esta oportunidade histórica que mais uma vez se apresenta, temos de estar dispostos a ser flexíveis ou, se necessário, até a sair do Mercosul”, defendeu.
A oferta a Trump já havia sido feita antes por Milei, em janeiro, durante visita ao Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.
Os países do Mercosul, cuja presidência rotativa está atualmente com a Argentina, negociam juntos acordos com outras nações ou blocos.
Horas antes, Lula defendeu Mercosul
O discurso de Milei foi feito horas depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em viagem ao Uruguai para acompanhar a posse de Yamandú Orsi, ter defendido a importância de “formar um bloco forte na América do Sul”, independentemente de quem governe.
A jornalistas, Lula disse que é hora de “esquecer as convergências e as divergências entre as pessoas” e compreender que a relação entre os Estados “é algo mais profundo e que não muda, mesmo quando muda o presidente”.
Citando o acordo firmado no final do ano passado entre Mercosul e União Europeia, o brasileiro frisou que, num contexto em que “o mundo está dividido em blocos”, quem estiver “mais organizado” poderá fazer mais.
Em dezembro, após 25 anos de negociações, o Mercosul e a União Europeia finalmente anunciaram um acordo de livre comércio entre os dois blocos. O acordo, que enfrenta resistência do setor agrícola europeu em alguns países, ainda precisa ser ratificado para que possa entrar em vigor. Esse processo pode levar anos.
(Com informações do site istoé)
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