“CTRL SER, CTRL VER” – “Bloco dos Coladores de Matérias” segue brincando de noticiar sem dá os devidos créditos da fonte

Por Vicente Serejo ([email protected])

Do site Tribuna do Nordeste

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Alumar

De uns tempos para cá, Senhor Redator, o “tinhoso” desencapou e inventou um novo animal, nativo da floresta tecnológica, que atende por algo misterioso: Ctrl. Dizem os bruxos que a novidade simboliza o copiar e colar dos computadores. Associado ao Google, fez da cultura uma pomada com aquele aviso: ‘Uso tópico’. Ou seja: usa-se naquele lugar, na hora certa, e para tudo, principalmente se o usuário não tem intimidade com a matéria do seu uso.

Imagem ilustrativa: Reprodução

Na verdade, não faz mal. Nem bem. O tecnicismo substituiu a técnica e é exatamente este o novo ismo que, pela facilidade de uso, antes de esconder, revela. Os blogs estão cheios desse charme artificial. É requintado aparentar bem circunstanciar uma afirmação – do mais vulgar ao mais erudito. E se também o leitor de blogs, quase sempre, não tem olhos treinados para as boas chaves literárias, pensa que a simples citação resolve, quando expõe o jejuno.

A sigla – ctrl – a rigor é um tolo mistério típico desse macaquear ianque que tomou conta do mundo. Seria, dizem eles, a abreviação de ‘Control’, no sentido de controle, nesse tal modismo de abreviar só com as consoantes. Seria uma forma eficiente de fixar mentalmente algum nome de loja, por exemplo. Além de se encaixar muito bem nas codificações da nova linguagem dos que usam os tais recursos numa comunicação por escrito e de forma rápida.

Tenho mil dificuldades para dominar as coisas muito modernas. Do tipo – ou seria do fenótipo? – refratário a mudanças, a ninguém culpo por essa burrice tão pessoal. Imagine um eterno reprovado em matemática, sem o menor pendor para os cálculos, manipulando siglas, chaves, códigos? É um desastre. Mas, advirto, enquanto arde a dúvida nos incautos, eles não chegam a enganar estes olhos já envelhecidos quando metem os pés pelas mãos. E arrotam.

É fácil – como é simples para a fiandeira dominar seu fuso – identificar os fios falsos da meada. Ninguém esconde tão perfeitamente o artifício todas as vezes que quer. Quando a citação foi parida pelo Google, então, e se cinge à pobreza que não enxerga ambiguidades, percepções e leituras aprofundadas, ai sobe a nata. O leite talha na fervura e suja o pires raso que serviu de uma falsa riqueza. E, diga-se, às vezes, pela habilidade, acaba quase perfeito.

O mundo moderno rendeu-se ao simulacro. À tecnologia de copiar e colar. É um fato. Só aos mais acurados é dado perceber o falso jogo de artifícios, e não deixa de ser uma prova de agilidade cerebral. Uma vez, ao examinar uma prova, notei que a formulação de um texto parecia muito acima do padrão teórico da turma. Chamei, fiz algumas indagações, e a aluna, bem-humorada, logo argumentou: “O Google, professor, é o meu pastor. Nada me faltará”.

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