“REAL/IDADE” E REALIDADE – Renegado pelo PT, Plano Real completa 30 anos como marco histórico na economia do Brasil

Em 1º de julho de 1994, no governo do então presidente Itamar Franco, o real entrou em circulação para substituir o cruzeiro real. A nova moeda prometia combater a hiperinflação do Brasil — que estava em quase 3.000% ao ano (a inflação oficial do país ficou em 4,6% em 2023). O Plano Real celebra seus 30 anos em 2024 em um período de relativa estabilidade no país, mas especialistas questionam qual será o futuro da moeda tendo em vista um maior crescimento da economia.

Moeda de 1 real (Foto/Reprodução)

O real veio após uma sucessão de planos frustrados, incluindo aquele do governo Fernando Collor de Mello, que incluiu o confisco das poupanças (veja detalhes abaixo). Nos oito anos anteriores ao Plano Real, o país teve quatro moedas diferentes — cruzeiro (Cr$), cruzado (Cz$), cruzado novo (NCz$) e cruzeiro real (CR$).

Antes de chegar às mãos e aos bolsos da população brasileira, o real foi inserido aos poucos com a ajuda de uma “quase” moeda, a Unidade Real de Valor (URV), que foi criada quatro meses antes, em fevereiro. Esse embrião do real acabou sendo usado exclusivamente como padrão de valor monetário, ou seja, como unidade de conta que estabelecia os valores dos produtos e serviços no país.

À época, o presidente Itamar Franco escolheu transformar seu chanceler, Fernando Henrique Cardoso, em ministro da Fazenda. Com uma equipe de economistas, eles gestaram o Plano Real. Antes de Fernando Henrique, o presidente Itamar teve três diferentes ministros da Fazenda. Um dos motivos para a escolha de FHC para assumir o combate ao descontrole inflacionário foi o seu bom trânsito político, dado que ele era senador licenciado.

Para explicar o funcionamento do plano e como os salários da população seriam beneficiados, FHC deu várias entrevistas à imprensa e, em março, chegou a participar do Programa Silvio Santos, o mais popular da época.

Os “pais” do real
Alguns dos “pais” do Plano Real se reuniram na última segunda-feira (24/6) no apartamento de Fernando Henrique Cardoso, em Higienópolis, São Paulo. Estavam presentes os economistas considerados os “genitores” do real: Pérsio Arida, Pedro Malan e Gustavo Franco, então presidente do Banco Central do Brasil (BC) naquela época.

A construção do plano começou no segundo semestre de 1993, quando as equipes da Fazenda, Banco Central e Casa da Moeda do Brasil (CMB) se reuniram para traçar os detalhes.

Antes de as cédulas e moedas de real começarem a circular, em julho de 94, o pacote econômico era conhecido como Plano FHC. O plano foi alvo de críticas ferrenhas do Partido dos Trabalhadores (PT) e de outros segmentos, já descrentes de mais um plano.

(Do site Metrópoles)

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