SUPERMERCADOS DO PASSADO – ‘Confiança’ do consumidor ‘Econômico’ em “fazer Lusitana” com ‘Preço Bom’

Antes de se falar em supermercado, o consumidor de São Luís já “fazia Lusitana”. E bem antes, a badalada Meruoca de uma família de carcamanos, foi considerada um dos principais pontos de venda ao varejo com lojas nos bairros do João Paulo e Anil…

…No entanto, foi durante a década de 1970 que Grupo Lusitana ampliou sua rede de supermercados com lojas na Cohab e Alemanha que foram somadas às já existentes na Praça João Lisboa, Rua de Santana e Avenida Kennedy, na região central de São Luís. Na época, os empresários portugueses também inovaram o comércio local com o Super Atacado Lusitana, no depósito central (Canto da Fabril), e também com a requintada loja Garden Shop, na Rua Grande que no futuro foi ancorar o Lusitana Shopping. Naquele tempo, o Lusitana se reinventou com a famosa Loja 10 no São Francisco, com conceito de hipermercado, além da Galeria Lusitana, exclusiva na venda de materiais de construção e  acabamento.

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Loja 4 do extinto Supermercados Lusitana, na Cohab (Foto: Reprodução)

Deve-se observar que, paralelamente, outra rede supermercadista enveredou em São Luís com sua logomarca quadrada tendo em destaque a letra S de Supermercados Sampaio, com lojas na Cohab, no João Paulo e no Centro da cidade. Porém, a sua vida útil não suportou às investidas do líder Lusitana, e logo em seguida, entrou em seu lugar a rede de Supermercados Confiança, com lojas na Praça João Lisboa, Rua da Paz, Rua Rio Branco no Centro, assim como no João Paulo e na Cohab, essa última inclusive, dotada de panificadora como chamariz ao exigente cliente.

O tempo passou e o Grupo Lusitana ampliou seus negócios para 23 lojas espalhadas por toda Ilha de São Luís, sendo algumas no formato birosca, em São José de Ribamar e nos bairros Monte Castelo, Cohatrac e Anil. Novamente a concorrência desistiu do embate e a rede Confiança deu lugar ao Supermercado Econômico, de empresários da família Gaspar. Suas lojas atendiam consumidores na Cohab, Cohatrac, João Paulo, São Francisco, Avenida Getúlio Vargas (Retiro Natal), Renascença (Tropical Shopping) e Centro da capital maranhense.

Por motivos de força maior, o Grupo Econômico deu lugar à rede de supermercados Preço Bom, dos mesmos empreendedores, com unidades no Tropical Shopping Center, Turu, João Paulo, Cohab e região central da capital, sendo algumas dessas lojas climatizadas e com certo poder de combate ao Lusitana, que seguia firme e forte. Paralelamente, surgia na região do Mercado Central, o Supermercado Maciel com o slogan “O Leão da Economia”. Sua segunda loja veio logo em breve, tendo como endereço o bairro da Cohama, onde por alguns anos antes, funcionou o Supermercado Nacional, cujas cores da marca se assemelhavam às do Lusitana. A ascensão e falência do Grupo Maciel seria uma questão de tempo, conforme as diretrizes e benesses econômicas que atingiriam o setor.

Loja do Bompreço no Produtor, antes foi Lusitana (Foto: Reprodução)

Às vésperas da “virada do milênio” o Hiper Bompreço abriu sua primeira loja como âncora do São Luís Shopping Center. Uma negociação envolvendo cifras estratosféricas culminou com a venda da marca de supermercados Lusitana para o Grupo Bompreço. Deste modo, a rede pernambucana absorveu a maranhense Lusitana (com imóveis locados), inclusive com a Loja 10 permanecendo no conceito hipermercado.

Por outro lado, como não querendo nada, oriundo do próspero município de Balsas, no sul do estado, o Armazém Mateus desembarcou de mala e cuia em São Luís, após negociar as lojas do Preço Bom (Cohab, Turu, João Paulo, Rua da Paz e Tropical Shopping). Foi o início de uma batalha sem tréguas pelo domínio do segmento supermercadista no Maranhão. Nessa avalanche, o tímido Supermercado Carone, com suas cinco lojas na cidade, foi absorvido e virou Camiño, integrante do Grupo Mateus. Anos depois, a rede supermercadista Maciel encerrou em definitivo suas atividades fechando suas dez lojas (Cohama, Calhau, Cohajap, Cohatrac, Guajajaras, Anil, Turu, Cidade Operária, Bequimão e Maiobão).

Loja do Supermercado Maciel, na Cohama, hoje Supermercado São Luís (Foto: Reprodução)

Em seguida, numa espécie de efeito dominó, o Grupo Bompreço foi fechando suas unidades menos rentáveis da capital, até baixar as portas do seu hipermercado do São Luís Shopping. Das suas duas unidades ainda “arquejando”, a loja do Olho D’água está em processo de fechamento até o próximo dia 31 e a do São Francisco segue com seus dias contados.

Vale destacar que entre as décadas de 1970 e 1980 outra rede de supermercados operou em São Luís, no caso, o Boa Vista com três ou quatro lojas. Soma-se ainda, uma unidade do Supermercado Delicatessen, no São Francisco e uma única loja do Grupo Pão de Açúcar que “ancorou” com grande pompa, por alguns anos, o Tropical Shopping Center. No mais enumera-se o Silmar com três lojas (Cidade Operária, São Cristóvão e Cohatrac), que foi desativado e a ‘Rede Econômica’ que depois se transformou ‘Rede Líder’, uma invenção” feita por donos de pequenos supermercados de bairros, que sem punhos fortes, despencaram de vez das escápulas varejistas e foram dissolvidas, seguindo cada qual o seu camiño (ops!) caminho.

Loja modelo do Grupo Mateus na Cohama (Foto: Reprodução)

Entre mortos e feridos na guerra supermercadista da Ilha de São Luís, segue o Mateus com sua imponência, agora em nível nacional, tendo apenas o Assaí Atacadista querendo cafungar no seu cangote e o tímido Atacadão, ambos no formato “atacarejo”. E ali no eixo Paço do Lumiar-São José de Ribamar o popularíssimo Supermercado Meneses, cujo slogan dispensa comentários: “O melhor supermercado do mundo”.

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