Na noite do último domingo (15), passageiros que faziam a travessia Cujupe (Alcântara) para a Ponta da Espera (São Luís) passaram por maus momentos, quando o ferryboat José Humberto “pregou” em alto-mar. Foi preciso a intervenção de um rebocador para arrastar a embarcação até seu destino, cuja operação durou cerca de seis horas.
Já na terça-feira (17) foi a vez do ferryboat São Gabriel atestar sua inacapacidade de operar com segurança pela Baía de São Marcos. O sistema mecânico da embarcação baiana entrou em pane durante a travessia Ilha – Baixada Maranhense, e a situação só foi resolvida após a chegada de um rebocador com técnicos a bordo.
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Esses constantes problemas reforçam a precariedade do sistema de transporte aquaviário que opera no Maranhão sob a tutela da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap). Usuários dos ferrys sentem total insegurança nas viagens, que vez por outra, são interrompidas por incidentes, talvez provocados pelo tempo de uso das embarcações ou por simples falta de manutenção.
Diante de tanta precariedade, deputados usaram a Tribuna da Assembleia Legislativa do Maranhão para debater e denunciar a situação.
O deputado Yglésio Moysés (PSB) disse que os problemas recorrentes no sistema de transporte por ferryboat no Maranhão é uma herança do governo anterior. “É uma herança maldita e a gente pede que o governador resolva”, frisou.
Yglésio afirmou que a problemática começou no governo de Flávio Dino. “Ela (a crise) precisa de uma resolução, embora tenha pai, que se chama Flávio Dino de Castro e Costa, pois ele entregou o sistema falido ao seu sucessor. E agora, para você reequipar, são mais de R$ 200 milhões. É coisa que chega, talvez, a meio bilhão de reais”, disse.
Segundo o deputado, o governo anterior “saiu disparando ordens de serviço em um momento em que o Maranhão entrou em crise e, agora, as empresas não recebem e os empresários estão falidos. O pessoal pedia um hospital, abria-se um hospital no outro dia. Parabéns a todos os comunistas que ficaram nesse período ajudando Flávio Dino a entregar uma verdadeira bagunça ao sucessor”.
Já o deputado estadual Carlos Lula (PSB) destacou os problemas recorrentes na prestação de serviço de ferryboat, responsável pela travessia de passageiros e veículos de São Luís ao Cujupe. Durante discurso nesta quarta-feira (18), o parlamentar sugeriu a convocação do presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) pela Comissão de Obras e Serviços Públicos da Assembleia Legislativa.
Em menos de 72 horas, duas embarcações apresentaram problemas mecânicos. No domingo (15), o ferryboat José Humberto ficou horas à deriva no mar. A embarcação precisou ser rebocada até a costa ludovicense. Já na manhã desta terça-feira (17), durante a travessia para o Terminal do Cujupe, o ferryboat São Gabriel também apresentou falhas na operação.
“O ferry José Humberto é um exemplo que preocupa, pois já ficou à deriva algumas vezes. Talvez seja necessário até adotar como cautela, antes que uma tragédia aconteça, a retirada dessa embarcação de circulação, pois ela vem apresentando reiteradamente problemas. O que não pode, simplesmente, é a população da Baixada Maranhense e a população que precisa ter acesso à Baixada ficar tantas vezes sem esse meio de transporte ou utilizar ele e ter o perigo na travessia que é realizada”, ressaltou.
Nesta quarta-feira (18), a Emap confirmou a suspensão temporária do serviço no ferry José Humberto.
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