A Prefeitura de São Luís, por meio da Fundação Municipal de Patrimônio Histórico (Fumph), está apoiando a realização do Fórum Internacional de Patrimônio Arquitetônico (Fipa), que foi aberto nesta quarta-feira (14), em solenidade no Teatro da Cidade, na Rua do Egito. O evento, realizado entre Brasil e Portugal, vai durar três dias. Esta é a 9ª edição do fórum que traz como tema em 2023 “Diversidade em Diálogos Permanentes” e, pela primeira vez, está ocorrendo em uma capital do Nordeste.
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“São Luís é a primeira capital do Nordeste a sediar o Fórum Internacional de Patrimônio Arquitetônico e hoje a gente reúne na cidade os maiores especialistas em patrimônio arquitetônico, representantes de Portugal, Espanha, México, para discutir a melhor forma de restaurar, preservar, mas, acima de tudo, de ter uma cidade mais humana. É um orgulho estar prefeito de São Luís em um evento tão importante para nossa cidade”, destacou o prefeito Eduardo Braide, explicando, em seguida, os programas realizados por sua gestão no Centro Histórico de São Luís.
A 9ª edição do Fipa segue nesta quinta-feira (15) e sexta (16) e reúne 32 palestrantes, dezenas de representantes de prefeituras de outros estados, 100 pessoas do Conselho de Arquitetura Urbanismo do Brasil (CAU-BR), chegando a um total de mais de 600 participantes.
O evento chegou em São Luís para fomentar a discussão de ações sustentáveis, de proteção e valorização do patrimônio arquitetônico local, brasileiro e internacional, por meio de práticas exitosas, com a mobilização de recursos no campo da arquitetura em integração ao patrimônio cultural, com suas misturas e identidades permeando diálogos com as comunidades técnica, científica, institucional. Além dos especialistas, o evento traz um alerta ao público em geral, sobre a responsabilidade e a missão do cidadão em proteger e divulgar as riquezas da Cidade dos Azulejos, como também é conhecida a capital maranhense.
A arquitetura e o patrimônio cultural da cidade foram decisivos para receber o Fipa. O histórico multicultural e arquitetônico da cidade representa a integração das ações de preservação patrimonial enquanto permanência de memória e da identidade de diversos povos, como os laços erguidos entre Brasil e Portugal.
“Portugal e Brasil têm um legado comum e gostaríamos muito de fazer convergir universidades e toda a comunidade acadêmica, comunidade técnica, e as instituições, para preservar o patrimônio. Temos muito a aprender uns com os outros, com as boas práticas que podemos promover em conjunto. Também observamos o que os bons projetos que cada país tem e partilharmos essas experiências e o legado que queremos deixar para as gerações futuras”, declarou Alice Tavares, coordenadora geral do Fipa Portugal.
A coordenadora do Fipa Brasil, Maria Rita Amoroso, reforçou a parceria com o Executivo Municipal. “O que o Fipa faz quando atravessa o Brasil em todos os estados é construir um legado e uma parceria com todos, e a Prefeitura de São Luís foi o maior parceiro, e hoje nós estamos aqui, nesse grande evento, com grandes propostas e muitas coisas boas irão acontecer”.
A presidente da Fumph, Kátia Bogéa, explicou como São Luís conseguiu ser a escolhida para o evento deste ano. “A iniciativa da candidatura da cidade de São Luís para sediar o fórum se deu em razão de termos um Centro Histórico que é patrimônio mundial há 25 anos. A ideia era justamente trazer para São Luís um evento dessa magnitude, que reúne as melhores cabeças do mundo acadêmico, técnico e profissional dentro dessa temática”, pontuou.
Ao dialogar com a arquitetura brasileira e portuguesa no contexto da paisagem urbana, em ligação com a geografia local, São Luís é inspiração para a discussão do patrimônio cultural, buscando ações efetivas de recuperação e permanência de identidades locais.
Diálogo
O presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Leandro Grass, disse que o Brasil ganha muito nesse diálogo com outros países. “O IPHAN vem retomando a sua cooperação internacional, retomando o diálogo junto à sociedade e estamos muito felizes com o que o Fipa está nos proporcionando. Dialogar com Portugal e com toda a sociedade civil vai fazer com que a gente prospere nas discussões sobre patrimônio que vai apontar caminhos para as políticas públicas”, disse o presidente.
Participaram da abertura do evento, o professor da Universidade de Aveiro e coordenador-geral do Fipa Portugal, Aníbal Costa; o presidente da União Internacional de Arquitetos (UIA), Jose Luís Cortés; presidente do Conselho de Arquitetura do Brasil (CAU-BR), Nádia Somekh; vice-presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), Rafael Passos; presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Leandro Grass; diretor-geral da Direção Geral de Patrimônio Cultural de Portugal, João Carlos; reitor da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), Walter Canalles; coordenador cultural da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), Rui Lourido; presidente do Conselho Internacional Arquitetura Língua Portuguesa (CIALP), Rui Leão; diretor da Organização das Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial (OCBPM), Mário Augusto Ribas Nascimento; doutor Honoris Causa pela Faculdade de Arquitectura da UTL e pela Universidade de Alghero, Gonçalo Byrne.
Quatro universidades maranhenses, também estão presentes no Fipa 2023: Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Universidade Estadual do Maranhão (Uema), Universidade Dom Bosco (UNDB) e Universidade Ceuma (Uniceuma).