Já foi o tempo em que as pesquisas de intenção de voto serviam de baliza para candidatos a cargos eletivos e para o próprio eleitor. O Ibope, por exemplo, décadas atrás, chegou a ser sinônimo de “audiência”, face a credibilidade imposta por seu nome e pelo trabalho desenvolvido no mercado.
Com o passar dos anos, entidades ligadas ao segmento de estudo de campo foram surgindo, como se fossem capim em área de pasto. Batizados com nomes atraentes, sempre enfatizando estatística, estudo, opinião e processamento (leia-se data), os institutos de pesquisas viraram um fenômeno sazonal, de dois em dois anos, como uma ferramenta a mais para a classe política.
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A ideia era vincular o instituto com um veículo de comunicação e a realidade do mercado. Uma espécie de adição de conceito + referência + credibilidade + faturamento + satisfação do “cliente”. Acontece que essa conta passou a não “fechar”, diante da exigência de quem contratava em busca de “resultados positivos”. E assim, a soma ou produto, como queiram, de muitas das pesquisas passaram a ser divulgados de acordo com a cara do freguês.
Tanto é assim, que na noite desta terça-feira, o candidato ao governador do Maranhão, Edivaldo Holanda Júnior (PSD), visto sempre como uma figura pacata, ao tomar conhecimento do suposto resultado de um levantamento feito pelo Ipec em parceria com a TV Mirante, “chutou o pau da barraca”. Edivaldo definiu o atual modelo de pesquisas de intenção de votos, como “fábrica de fake news”, dando inclusive, conotação do direcionamento de resultados em prol de governistas, rotulados pelo candidato do PSD, como incompetente e dono do Maranhão, se referindo, respectivamente, ao governador Carlos Brandão e ao candidato a senador Flávio Dino.
Para Edivaldo Júnior, a única verdade nestas eleições é “a dobradinha Dino com Sarney”. Confira.