Em um país com dimensões continentais como o Brasil, contrastes sociais e econômicos são naturais, mas nada comparado à realidade do Maranhão, no Nordeste, com Santa Catarina, na região Sul. São dois estados com características geográficas similares, como seus extensos litorais e suas capitais, situadas em ilhas marítimas.

Arte: Reprodução (Anderson Jesus)
Nos dois casos, a capital maranhense está situada na Ilha de São Luís e a sede do governo catarinense encontra-se, em parte, na Ilha de Santa Catarina, na bela cidade de Florianópolis. No entanto, com relação aos indicadores sociais dos dois estados, as comparações ficam milhas ou léguas de distância, em situações extremamente diferentes.
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Dados de um levantamento feito e divulgado pela Fundação Getúlio Vargas Social aponta um contingente de pessoas com renda domiciliar per capita até 497 reais mensais atingiu 62,9 milhões de brasileiros em 2021, cerca de 29,6% da população total do país. Este número de 2021 corresponde a 9,6 milhões a mais que 2019, quase um Portugal de novos pobres surgidos ao longo da pandemia.
De acordo com a pesquisa da FGVS, os números de pobreza entre os 146 estratos geográficos nacionais, a Unidade da Federação com menor taxa de pobreza em 2021 foi Santa Catarina (10,16%) e aquela com a maior proporção de pobres foi o Maranhão com 57,90%.
A região com maior pobreza em 2021, segundo esses mesmos dados, é o Litoral e Baixada Maranhense com 72,59%, já a menor está no município de Florianópolis com 5,7%. Uma relação de 12,7 para um refletindo a conhecida desigualdade geográfica brasileira.

O Maranhão de palácios é palafitas (Foto: Reprodução)
É bom lembrar que a questão não é o santo! Se o Maranhão, cuja capital é São Luís, é muito mais pobre que Santa Catarina, a culpa é dos seus governantes palacianos, que ao longo dos anos contribuíram com o progresso da indústria da miséria nesse estado de oportunidades. Todos os governadores sempre olhando o retrato pobreza maranhense pelas janelas, com suas cortinas em tecido persa.
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