A concorrência de mercado é salutar e faz bem para a economia e, principalmente, para o consumidor. Desde que a batalha tenha os mesmos parâmetros e estrutura similar.
No passado, em São Luís, o setor supermercadista viveu ao longo de décadas, uma disputa pelo gosto do consumidor travada pelo Grupo Lusitana com seus “rivais” de tempos alternados, Sampaio, Boa Vista, Confiança, Nacional, Econômico e Preço Bom, até esta rede de supermercados genuinamente maranhense ter dado lugar ao “estrangeiro” Bom Preço.
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O tempo passou e com ele chegou o Grupo Mateus advindo de lojas atacadistas denominadas de Armazém Mateus, que se transformaram no que hoje é o maior conglomerado varejista e atacadista do Norte e Nordeste do Brasil. Antes, como concorrentes, na capital maranhense, pequenas redes supermercadistas buscavam espaço no setor, com uma disputa sempre dosada de harmonia e cordialidade entre os associados da Amasp, entidade de classe que representa o autosserviço no Maranhão.
Carone, Silmar, Silmel, Maciel e Preço Bom juntavam forças para combater o Grupo Bom Preço (hoje Big Bom Preço). Ocorre que o Grupo Mateus adquiriu lojas do Preço Bom e abriu outras unidades na Grande Ilha, ganhando corpo e fama, por meio de supostos benefícios fiscais da ossada estadual.
E assim, o alvo do empreendimento do empresário Ilson Mateus passou a ser Grupo Maciel, o que mais incomodava, mercantilmente falando. Não demorou muito para a Maciel baixar as portas, visto que “os tanques” da marca em formato de coração não deram tréguas. Pra completar a “dose pra leão”, a rede Carone foi adquirida pelo Mateus para daí nascer os supermercados Camiño, com lojas de médio e pequeno portes espalhadas na Ilha de São Luís e em cidades do interior do estado.
O Grupo Mateus, com seus devidos méritos, abriu um programa de expansão nunca antes visto nesta parte de cima do Brasil. Lojas de atacado e varejo e os famosos “atacarejos” foram abertas no Maranhão, Pará, Piauí e Ceará. A ideia foi evitar a entrada da concorrência de redes nacionais em território maranhense e além fronteiras. Isso culminou na cercadura do grupo supermercadista Carvalho, natural de Teresina, capital do Piauí, mas que já havia criado raízes em terras maranhenses. O Carvalho ruiu diante da força e estratégia mercadológica usada pelo Mateus.
Nesta segunda-feira (10), o blog do Filipe Mota noticiou que o Grupo Mateus quer “quebrar” o Atacadão Meneses, que bem serve a região de Paço do Lumiar e de São José de Ribamar, na Ilha. São dezenas de empregos gerados, e o que é melhor, o autosserviço com lojas no Maiobão ganhou fama popular de vender bem, bonito, bom e barato. Somente para reforçar a matéria publicada no blog do Filipe Mota, nesta região da Ilha, o Grupo Mateus possui três grandes supermercados (Jardim Tropical, Estrada de Ribamar e no Maiobão), além de diversas unidades do Eletro Mateus e do Camiño no entorno do seu “concorrente alvo”. Todo esse arsenal será somado com a nova unidade que está em vias de ser erguida bem próximo do Meneses.
Pelo visto, depois de “matar” o Maciel, “quebrar” o Carvalho e deixar pequenos mercadinhos de bairros “entrincheirados”, a ideia agora é cercar por todos os lados e asfixiar o tradicional Supermercado Meneses.