Quando um governo anuncia qualquer tipo de aumento de tributos, ou preço de algum produto ou serviço, boa parte da população “cai matando” pra cima do governante, quer seja em nível federal, estadual ou municipal. Por menor que seja o percentual, a majoração sempre é vista como indigesta e às vezes até abusiva.
Mas quando trata-se de reajuste ou recomposição salarial, entidades que representam classes trabalhadoras não se contentam com nenhuma porcentagem que não atinja dois dígitos. É o efeito psicológico do “R$ ,99” que no mercado, seduz o consumidor.
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No início de dezembro, o governador do Maranhão, Flávio Dino anunciou reajuste salarial de 9% para o servidor público estadual. Todavia, a forma como o aumento do provento foi apresentada ao público surtiu um efeito colateral extremamente negativo. Para grande parte do funcionalismo público e críticos, 9% em sete anos de congelamento salarial não representa nada.
Pior ainda, é a maneira como o tal reajuste chegará nos holerites: 9% de aumento, escalonado e em duas etapas (março e fevereiro). Não pegou bem o benefício que poderia ser rotulado como presente de natal, mas soou como “presente de grego”.
Empolgado, Dino anunciou o reajuste com apenas 1 dígito. Deveria ter consultado seus assessores técnicos e chegado à casa dos dois dígitos. 10% por exemplo, teria um efeito mais simpático para a desgastada imagem de “governador turrão”…
Somente para exemplificar, qualquer consumidor adora um desconto de 10% numa compra à vista. Os garçons também sentem-se valorizados quando recebem a taxa de 10% sobre o seu serviço. Seria um reajuste Nota 10, em vez de noves fora, quase nada!
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