SÓ “ONE BUS” – VLT e BRT: promessas de mobilidade que ficaram pelo meio do caminho em São Luís

O transporte coletivo que serve as linhas urbanas de São Luís é formado exclusivamente por ônibus. Trata-se de um setor dominado por uma espécie de cartel composto por empresas locais e “importadas”, que há décadas exploram os mais variados percursos para diversas regiões da cidade.

Modelo do que seria o modal BRT, na Estrada do Araçagy (Reprodução – MOB)

Mais recentemente, empresários do setor se “integraram” nesta prestação de serviço público, sob forma de “consórcios” que, quase em nada, melhorou a vida dos usuários, muito menos a qualidade do transporte coletivo da capital maranhense. Para não ser radical, é bom dizer que, vez por outra, lotes de ônibus na cor de “marcador de texto”, alguns climatizados, são apresentados em praça pública e nada mais do que isso.

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E assim, boa parte da população ludovicense  permanece100% dependente do único modal rodoviário existente na capital do Maranhão, no caso o velho conhecido “busão”, que há seis dias não circula pelas avenidas e ruas da cidade.

Mas bem que isso tudo poderia ser um pouco diferente se, em meados da década de 1980, a antiga via férrea, chamada de Estrada da Vitória, não tivesse seus trilhos arrancados, retorcidos e entregues como sucata. Essa ferrovia urbana, que rasgava São Luís desde o Maracanã, na Zona Rural, serpenteando por outros diversos bairros até a Avenida Beira Mar, no Centro da cidade, poderia ter tido outro destino, como por exemplo, transformada em linha para um metrô de superfície, a exemplo do que aconteceu em Teresina-PI.

VLT lançado em 2012 está armazenado em um galpão no São Cristóvão (Foto Reprodução)

Os anos se passaram e em 2012, o então prefeito de São Luís, João Castelo, apresentou o que seria a solução para a mobilidade urbana de São Luís. O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que deveria seguir da região central até o bairro São Cristóvão, não saiu do Aterro do Bacanga, pois fez apenas um minitrajeto entre o Bar Kabão e o Bar Marujo, com parada no Porto da Gaby. Convém dizer que a badalada composição foi “guardada” em um galpão no bairro Tirirical, durante a gestão do ex-prefeito Edivaldo Holanda Júnior.

Anos depois, foi a vez do governador Flávio Dino, por meio da Agência Estadual de Mobilidade Urbana (MOB), falar de mobilidade urbana, por meio de um tal Bus Rapid Transit (BRT), que deveria integrar o transporte de massa, transportando passageiros de São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa à cidade de São Luís, só não se sabe como isso iria acontecer. Neste caso, o BRT, além de consumir tubos de dinheiro público, ainda acabou com a segurança, tranquilidade e conforto de quem transita pela Estrada do Araçagy…

De quebra, a famigerada obra de implantação do BRT, quebrou alguns comerciantes instalados na rodovia MA-203, no trecho entre os bairros Olho D’água, em São Luís e Araçagy, em São José de Ribamar. E hoje, quem está quebrando o comércio de quase toda Ilha é a greve dos rodoviários, fomentada pelos empresários do setor de transporte coletivo.

Portanto, em São Luís, de modal rodoviário, por enquanto, somente ônibus, pra não dizer, “one bus”!

1 pensou em “SÓ “ONE BUS” – VLT e BRT: promessas de mobilidade que ficaram pelo meio do caminho em São Luís

  1. Boa, Walkir.
    Lúcida observação do atraso em mobilidade urbana, que é uma doença crônica de nossa cidade.
    Sugiro que você escreva também sobre os “carrinhos”, este arranjo popular para driblar o desconforto e os atrasos dos ônibus.

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