Diferente de 2014, quando foi eleito governador pelo PCdoB; de 2016, quando elegeu (e reelegeu) os quatro gestores dos quatro municípios que integram a Ilha de São Luís; e de 2018, quando foi reeleito com folga e elegeu dois senadores e a maioria das bancadas parlamentares em nível estadual e federal, agora em 2020, Flávio Dino não conseguiu fazer “barba, cabelo e bigode”. No arquipélago de Upaon-Açu, por exemplo, no máximo, fez um “cavanhaque” em Paço do Lumiar, com a reeleição da prefeita (ex-vice) Paula da Pindoba.
Este ano, na capital maranhense, mesmo com a inegável formação de um consórcio de candidatos a prefeito, Dino preferiu manter-se neutro no primeiro turno, vindo somente agora com o segundo turno, declarar apoio e pedir votos para o candidato a prefeito Duarte Júnior (Republicanos). Acontece que dentro do amplo e heterogêneo grupo político liderado pelo governador, no decorrer dos anos, foram sendo criadas “ilhas” ou “células” comandadas por expressões de peso do atual cenário, as quais servem para seus comandantes medirem e somarem forças nos pleitos eleitorais.
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Agora em 2020, no primeiro turno, o senador Weverton Rocha (PDT), o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB) e o vice-governador Carlos Brandão (Republicanos) montaram suas estruturas com nomes, números, legendas e coligações para disputa das eleições municipais, visando ganhar espaço e força política por todo o Maranhão, de olho nas eleições majoritárias de 2022. Em São Luís ficou bem claro a existência dessas ramificações internas, muito embora, com a situação ainda sob controle de Dino.
Já no segundo turno, a coisa parece ter desandado de vez, saindo do controle do governador comunista. Aliados de todas as horas decidiram ingressar na nau do candidato Eduardo Braide (Podemos), por entender que o seu projeto é o melhor para São Luís. E assim, o que antes era apenas uma fissura no casco da “embarcação dinista” virou uma rachadura irreparável, provocada, principalmente, pelo PDT e DEM. Este fato, chamado de ‘implosão da base governista’, ecoou e repercutiu em nível nacional.
Deste modo, é iminente o risco de Flávio Dino ser derrotado no segundo turno da eleição municipal em São Luís e, como consequência do inevitável desgaste político e popular, poderá ainda, perder o controle da situação em 2022 em âmbito estadual. Isso sem contar que, de forma antecipada, pode ter interrompido o seu sonho de participar da disputa nacional como presidenciável.
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