Protestos nas ruas e divulgação de manifestos no fim de semana mostram incipiente sintonia entre diferentes grupos em oposição ao governo e em defesa da democracia.Há alguns meses, um roteiro dominical vinha se repetindo no Brasil: pequenas manifestações de apoio a Jair Bolsonaro saíam às ruas, em meio à pandemia, vociferando contra o Supremo e o Congressoe pedindo intervenção militar, com a participação eventual do próprio presidente. No último fim de semana, algo diferente ocorreu: atos contra Bolsonaro eclodiram nas ruas de algumas cidades, e manifestos reunindo sob o mesmo objetivo pessoas de linhas políticas variadas ganharam milhares de assinaturas.
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Em São Paulo, torcidas organizadas de clubes rivais, entre eles Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos, foram à Avenida Paulista defender a democracia e se opor à escalada autoritária do governo federal e de seus apoiadores. O ato se encontrou com um pequeno grupo de defensores de intervenção militar e acabou reprimido pela Polícia Militar com o uso de bombas de gás lacrimogêneo.
Também foi lançado no sábado (30) o manifesto “Estamos #Juntos”, que propõe a união de pessoas de esquerda, centro e direita para defender fundamentos da democracia. Até esta segunda-feira (1º/06), o texto tinha cerca de 200 mil assinaturas, incluindo as do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), do apresentador Luciano Huck, do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), dos deputados federais José Guimarães (PT-CE) e Luiza Erundina (PSOL-SP), de João Paulo Capobianco, da ONG SOS Mata Atlântica e próximo a Marina Silva, e do cantor Lobão, que fez campanha para Bolsonaro em 2017 e depois rompeu com o presidente.
Nas redes sociais, uma campanha intitulada “Somos 70 por cento”, em referência à parcela aproximada da população que considera o governo Bolsonaro péssimo, ruim ou regular, segundo a última pesquisa Datafolha (o número exato é 65%), mobilizou apoiadores de diversas tendências políticas e algumas celebridades, como a apresentadora Xuxa.
(Portal Terra)
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