BRASIL – Bolsonaro fará pronunciamento na TV sugerindo o “isolamento vertical”

O presidente Jair Bolsonaro pretende fazer neste sábado, 16, um novo pronunciamento em rede nacional de TV e rádio para defender mais uma vez o fim de medidas de isolamento social. Segundo apurou o Estadão, a intenção do presidente é pregar um “cavalo de pau” nas atuais determinações de Estados e municípios, citando que já incluiu uma série de atividades na lista de serviços essenciais, o que permite o funcionamento mesmo durante a pandemia do coronavírus.

Jair Bolsonaro é a favor da volta ao trabalho (Reprodução)

A intenção de fazer o novo pronunciamento foi revelada pelo presidente na quinta-feira, durante videoconferência com empresários no Palácio do Planalto. “Nós temos que ter mais do que comercial de esperança, transmitir a confiança. Tanto é que vamos ter um pronunciamento gravado para sábado à noite nessa linha”, disse o presidente na ocasião.

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O presidente defende uma abertura geral de estabelecimentos e o chamado “isolamento vertical” – que vale apenas para idosos e doentes. Contra as medidas de restrição adotadas por governadores e prefeitos, Bolsonaro tem argumentado que o fechamento do comércio trará o “caos” e a “fome” para a população que está sem renda.

O pronunciamento ainda não havia sido gravado até a noite de ontem, o que só deve ocorrer neste sábado. Em sua última mensagem em rede nacional, Bolsonaro já havia pedido a volta ao trabalho e responsabilizado governadores por medidas de distanciamento social.

Segundo o próprio presidente, esse pronunciamento deverá passar pela revisão do ministro da Economia, Paulo Guedes. “Pedi ao Paulo Guedes que já comece a revisar o que eu vou falar para gente dar mensagem logicamente objetiva, voltada para a vida, voltada para a economia, para nós sairmos da situação em que nos encontramos”, disse.

(Do site istoe.com.br)

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  1. Qual o motivo da obsessão de Bolsonaro por cloroquina?

    Publicado em 15 de maio por Clodoaldo Correa

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    Nelson Teich é o segundo ministro da saúde que cai por não aceitar mudar o protocolo de orientação do Ministério da Saúde para uso da cloroquina no tratamento da covid-19. Parece uma loucura o presidente que não entende nada de saúde nem de economia (esta assumida por ele) insistir com tanta veemência no uso desse medicamento, ao invés de deixar esta discussão para a classe médica e os especialistas. Por quê?

    A primeira possibilidade seria financeira. O medicamento composto por hidroxicloroquina é fabricado no Brasil pela Apsen, que registrou lucro de R$ 696 milhões em 2018. O presidente da empresa, Renato Spallicci, faz apaixonada defesa de Jair Bolsonaro, e críticas ao PT em suas redes sociais abertas. Estaria Bolsonaro em conluio para lucrar milhões com a venda do medicamento? Esta é apenas uma teoria.

    Mas a questão pode ser mais prática do ponto de vista político. A certeza de que existe uma solução fácil para um problema complexo ajuda a criar clima para o discurso de que existe uma histeria em torno do coronavírus. Da uma explicação simples à pandemia alimenta o discurso de que tudo é uma conspiração contra ele e o seu governo e dá força de reação com este discurso para seus adoradores nas redes sociais: “Chega de isolamento! basta usar cloroquina”.

    O presidente cita que o Conselho Federal de Medicina autorizou o uso da cloroquina. O pneumologista do Sírio-Libanês afirma que essa interpretação é equivocada. “A autorização significa que um médico não será processado se usá-lo em um paciente, não será acusado de cometer má prática médica. O que é bem diferente de indicar o uso, o que depende de estudos científicos”, afirma.

    O remédio é utilizado de acordo com a avaliação de cada médico, inclusive aqui no Maranhão. Um estudo preliminar da Fiocruz e da Fundação de Medicina Tropical mostrou que a taxa de mortalidade de pacientes que usaram a cloroquina é semelhante à de pacientes que não usaram o remédio. Dos 81 pacientes que usaram o medicamento, 11% morreram. A taxa de mortalidade de pacientes em iguais condições que não usaram a droga é de 18%, segundo estudos internacionais, inclusive da China.

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