Com 650 casos de coronavírus detectados oficialmente e duas mortes, a Rússia, com 145 milhões de habitantes, está entre os países com menor proporção de afetados pelo vírus, que matou mais de 19.000 pessoas em todo mundo −entre elas, mais de 6.800 na Itália e 3.434 na Espanha. O total de casos na Rússia aumentou nos últimos dias, mas os dados oficiais são vistos com ceticismo por especialistas e pela oposição, que acreditam que os números reais são muito maiores. O histórico de pouca transparência do Kremlin não contribui para tranquilizar os céticos.
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“A saúde, a vida e a segurança das pessoas são uma prioridade absoluta para nós”, enfatizou o líder russo Vladimir Putin, com uma expressão muito séria, depois das críticas da oposição extraparlamentar, que o censurou por antepor o plebiscito para se perpetuar no poder à saúde pública. Até poucos dias atrás, o Kremlin insistia que a consulta de 22 de abril, o último obstáculo do líder russo para poder voltar a disputar a presidência em 2024, seria realizada. Prosseguem, entretanto, os ensaios para o desfile militar de 9 de maio, quando a Rússia comemora o 75º aniversário da derrota dos nazistas diante do Exército Vermelho.
O presidente Putin está tentando adiar ao máximo a adoção de medidas severas, no estilo da quarentena italiana ou espanhola. A crise sanitária coincide não só com o terremoto político provocado por sua manobra para poder permanecer no poder, como também pelo agravamento da situação econômica, que já não era muito boa, devido à guerra entre os membros da Opep em torno dos preços do petróleo. O rublo desabou e a insegurança econômica está afetando a população.
(Do site El País – Brasil)
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