O sonho do maranhense de ter um “gigante de concreto” para servir de palco para jogos de futebol se tornou realidade no dia 1º de maio de 1982, quando o então governador João Castelo Ribeiro Gonçalves “cortou” a fita de inauguração do Estádio Castelão. Em seguida, Castelo deu o pontapé inicial no campo de jogo para a abertura do ‘Torneio do Trabalhador’ que envolveu equipes locais e o Sampaio sagrou-se campeão da competição. No entanto, foi no dia 5 do mesmo mês/ano que os maranhenses puderam assistir pela primeira vez a seleção brasileira jogar em terras gonçalvinas e vencer a equipe de Portugal por 3×1.
Convém dizer que um ano antes, o Complexo Esportivo de São Luís já havia sido entregue ao público, com sua pista de atletismo, ginásio Castelinho e parque aquático, para abrigar os Jogos Universitários Brasileiros de 1981 (JUB’s 81), que foi sediado em São Luís. Anos se passaram e após a trágica morte de uma jovem atleta maranhense em 1989, numa atitude louvável, foi aprovada em 1990, sob forma de homenagem póstuma, a troca do nome do ginásio de Castelinho para Georgiana Pflueger.
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Com relação ao Castelão, após permanecer fechado desde 2004, quando foram constatadas rachaduras que comprometiam sua estrutura física, em 2011, no governo de Roseana Sarney, foi anunciada e realizada a reforma do estádio que passou a atender algumas normas de segurança, tendo inclusive, sua capacidade de público reduzida de mais de 72 mil para 40 mil lugares devido a instalação de cadeiras. Aconteceu que, entre o vai e vem de máquinas, materiais e operários, trataram de retirar as enormes placas de cobre fincadas nas paredes de concreto do chamado ‘salão nobre’ do estádio, as quais registravam dados da sua construção, inauguração e sobre o seu idealizador e conceptor. A ideia, pelo visto, sugeria a tentativa de eliminar por definitivo as marcas do governo João Castelo e o seu slogan ‘Um grande Maranhão para todos’, que estavam rotulados nesta importante praça esportiva.
Nesse mesmo período, foi decidido “rebatizar” o Complexo Esportivo João Castelo Ribeiro Gonçalves para Complexo Esportivo Canhoteiro ou ainda, Complexo Esportivo do Outeiro da Cruz. Nada contra essas valiosas e justas homenagens, mas o fato é que até hoje, o estádio é chamado popularmente de Castelão e o ginásio de Castelinho.
Ou seja, o excesso de preocupação e o desejo em desvincular o nome do agora falecido governador João Castelo deste imponente espaço público tiraram de foco e de prioridade, a manutenção preventiva e eventuais correções em todas as praças deste complexo esportivo. Assim, seguem deteriorados a pista de atletismo, o parque aquático e o ginásio que ficou, literalmente, sem teto. E tem mais um detalhe: o gradeado metálico na cor vermelha, em formato de cerca, instalado pelo atual governo, não conseguiu evitar a ação nociva de vândalos e muito menos da ferrugem que já havia invadido o local e feito o estrago.