Há anos, sempre na segunda-feira de carnaval, o grupo Laborarte promove com muito sucesso sua ‘festa momesca’ em frente ao casarão da Rua Jansen Muller, no Centro de São Luís. A tradicional folia apresenta atrações da cultura maranhense e, mesmo sendo voltada para o público infantil, também oferece espaço para os ‘marmanjos’. Em algumas dessas edições, o governador Flávio Dino se fez presente e ensaiando alguns passos com a turma do Laborarte, imaginou que seria possível a expansão desta festa.

Multidão de foliões ocupou a Avenida Beira Mar na noite desta segunda-feira de carnaval (Foto O Imparcial)
Pois bem! Agora em 2019, definitivamente o carnaval de rua foi transferido de forma oficial para esta região da cidade, às margens do Rio Anil, entre a praça com nome da líder comunista Maria Aragão e as avenidas José Sarney e Beira Mar. Neste novo espaço, foi montada uma mega estrutura dotada de palcos, arquibancadas, trios elétricos, decoração temática, banheiros químicos e um eficiente sistema de segurança envolvendo policiais e bombeiros militares, agentes de trânsito, equipes de saúde com ambulâncias para atendimento ao público, além de espaço destinado para vendedores ambulantes.
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Com todo esse aparato, nada deu errado e este ‘novo templo’ a céu aberto do carnaval de todos os maranhenses e visitantes se consagrou e tomou o posto da já fadigada festa de rua do boêmio bairro da Madre Deus, que teve maior impulso festivo durante as gestões da ex-governadora Roseana Sarney. A organização do Circuito Carnavalesco Maria Aragão – Beira Mar não pecou em nada, principalmente, na diversidade cultural oferecida aos foliões, desde o axé baiano com rodízio de trios elétricos, passando por antigas marchinhas carnavalescas, tambor de crioula, blocos organizados, grupos de samba e pagode, enveredando por outras ramificações musicais. Tanto é assim, que o espaço, milagrosamente, conseguiu até mesmo “ressuscitar” o grupo de pagode ‘Sambacemua’.
Desta maneira, o governador Flávio Dino e a turma do Laborarte, literalmente, com labor e arte conquistaram uma imensidão de brincantes desde o primeiro dia de folia. Este mesmo público reconhece e aplaude o sucesso do novo espaço que além de oferecer rica programação popular, segurança e conforto, ainda proporciona diversos postos de trabalho no mercado informal com a venda de bebidas, comidas e adereços, além de renda extra para catadores de latinhas de alumínio. Adiciona-se a este impulso econômico, a valorização de artistas da terra com seus robustos cachês.

Vendedores ambulantes faturaram com a venda de bebidas e comidas; catadores de latinhas também ganharam um extra
Enquanto isso, o carnaval da Madre Deus, segue com seus blocos tradicionais, grupos improvisados e com foliões sambando pelas ruas ouvindo o ecoar das batucadas, sons automotivos e alguns estopins oriundos de armas de fogo. Como testemunha deste declínio popular, o silêncio do Cemitério do Gavião com seu muro cheio de infiltrações, sujeito a se transformar no futuro bem próximo, em um outro “muro de lamentações”.
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