As Escrituras Sagradas contam, no Novo Testamento, a história de um certo publicano, coletor de impostos, por nome Mateus que, ao ouvir o chamado de Jesus Cristo, o seguiu e se transformou em um dos seus doze discípulos. Quase dois mil anos depois, um certo empresário e ex-garimpeiro de nome Ilson Mateus, dono de um dos maiores grupos do setor de atacado e varejo do Brasil, teria seus negócios envolvidos em benefícios exclusivos, no que diz respeito a redução de impostos e condições tributárias especiais patrocinadas pelo Governo do Estado do Maranhão.
Diante de tantas especulações neste sentido, na tarde desta quinta-feira (17), Ilson Mateus reuniu a imprensa para uma coletiva, em seu QG localizado no bairro da Cohama. O empresário apresentou sua história de vida empreendedora ao longo de 32 anos. Ele falou dos desafios superados, das metas alcançadas e como o Grupo Mateus se transformou no 5° maior do ranking nacional no segmento varejista.
Em números, o empresário disse que o seu conglomerado é formado 97 lojas, 10 Centros de Distribuição, três indústrias de alimentos, com atuação nos estados do Maranhão, Pará e Piauí. Na explanação, Ilson Mateus contou que o grupo gera 24 mil empregos diretos, teve um faturamento de R$ 7 bilhões no exercício de 2017 e que proporcionou aos cofres públicos 32 milhões de reais, com pagamento de ICMS, somente no mês de dezembro do ano passado. Para o futuro, segundo Mateus, o grupo tem projeto de expansão para 350 novas lojas com outros 24 mil postos de trabalho.
Ilson Mateus foi firme ao dizer que nunca recebeu benefícios diferenciados do governo e que mantém somente relações institucionais com os órgãos estatais. O empresário contou que a fórmula do sucesso de seus negócios estão alicerçadas no trabalho e investimentos em tecnologia, logística e pessoal. Ele fez questão de citar uma frase de efeito, dando maior conotação ao segmento atacadista. “Somos uma empresa de logística que, por acaso, tem supermercados”.
Ainda em sua explanação, Ilson Mateus falou da competitividade no setor em nível nacional e que por isso, passou a investir pesado para não ser “engolido” pelos gigantes do setor, como ocorreu em outras praças. Ele também disse está sendo injustiçado, pelo fato de ser rotulado como o responsável pela crise financeira sofrida pelo seu concorrente, o Supermercados Maciel. O empresário chegou a pedir ajuda de todos, especialmente da imprensa, para desfazer esse mal entendido, mesmo porque essa situação está causando desconforto na imagem do grupo.
Este editor do blog Hora Extra perguntou ao empresário Ilson Mateus se a fórmula defendida por ele para combater a concorrência dos grandes grupos nacionais que pretendem expandir seus negócios no Maranhão e se a implantação dos Supermercados Camino em bairros da periferia de São Luís, não teriam provocado um efeito colateral, “quebrando” pequenas redes locais como Silmar, Carone e Maciel. Como um bom coletor de perguntas, Mateus respondeu que, “quem não acompanhar a evolução tecnológica, trabalhar de sol a sol, conquistar e manter o crédito junto aos grandes fornecedores e instituições financeiras, sem esquecer de valorizar colaboradores e atender a exigência dos consumidores, só tem um destino: a falência.”
O empresário Ilson Mateus “fechou” sua explanação aos presentes com mais uma frase de efeito: “Acredito na força do trabalho e na justiça divina”. Uma coisa ficou bem definida neste encontro: as redes sociais, de certa forma, sucumbiram a imagem instutucional de uma das maiores redes supermercadistas do país. O titular do grupo, por sua vez, tentou provar por A mais B, que nenhum simples mortal consegue transformar água em vinho da noite pro dia, pois o “camino” é estreito e cheio de obstáculos. Portanto, tem que trabalhar muito. (Mateus 17:01.19)
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