O deputado estadual Zé Inácio (PT), ainda amargurado por causa da derrota do petista Fernando Haddad para Jair Bolsonaro (PSL) na “corrida presidencial”, expeliu saliva misturada com veneno na Tribuna da Assembleia Legislativa do Maranhão. O parlamentar que é aliado do governador Flávio Dino, inconformado com a derrota nas urnas da tropa ‘petista/comunista’, criticou o anúncio feito por Bolsonaro sobre a fusão do Ministério da Agricultura com o do Meio Ambiente. O deputado reeleito rotulou a medida do presidente eleito como “um grande retrocesso”, durante seu pronunciamento na sessão desta quarta-feira (31).
Outro parlamentar que fez uso da palavra no mesmo sentido, no plenário da AL, também nesta quarta, foi Bira do Pindaré (PSB). Secretário licenciado do governo Flávio Dino e eleito deputado federal com expressiva votação, Bira também repudiou as primeiras medidas anunciadas por Jair Bolsonaro. O parlamentar peessedebista taxou o anúncio de fusão dos dois ministérios como “medida irresponsável do futuro presidente”. Para Bira, a junção de Agricultura com Meio Ambiente é uma enorme contradição.
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No entanto, medida similar foi anunciada por Flávio Dino, em meados do seu atual governo e nenhum desses parlamentares questionou a tal situação. Dino não só anunciou, como determinou e realizou a fusão da Secretaria de Turismo com a da Cultura, dando todos os poderes para a primeira. Isso causou a maior “confusão” e revolta no meio cultural, pois além de perder o seu endereço, a extinta Secretaria de Cultura ficou sem força e acabou sendo “engolida” pela pasta do Turismo, hoje comandada por Diogo Galdino.
Para um estado como o Maranhão, que esbanja riquezas através da sua diversidade cultural, tendo o turismo como outro importante segmento, as duas secretarias poderiam trabalhar em sincronia e sintonia, cada uma no seu quadrado. Mas não, preferiram transferir a SECTUR do Centro Histórico para o nobre bairro do Calhau onde funcionou por um longo período. Atualmente o órgão está sediado novamente no Centro Histórico, local de onde nunca deveria ter saído.
Somente para fins de ilustração, no passado, em nível federal, a Cultura teve tanta importância que ganhou marca e sede próprias. O Ministério da Cultura (MinC) surgiu após ser desmembrado do MEC (Ministério da Educação e Cultura). Por outro lado, mesmo tendo seguido na contramão, a decisão do governo estadual de fundir Turismo e Cultura, não foi rotulada pelos dois parlamentares como retrocesso ou ato contraditório.