Foi realizado na manhã desta sexta-feira (27), na Câmara de São Luís, um painel virtual para discutir sobre os órfãos da Covid-19 – crianças e adolescentes que perderam pais, mães e outros cuidadores durante a pandemia. O evento – de iniciativa do Coletivo Nós (PT) – foi realizado de forma híbrida no plenário Simão Estácio da Silveira, com transmissão ao vivo.
O evento foi iniciado com a fala de autoridades convidadas a compor a mesa, como Márcio Thadeu Silva, promotor da Infância e Juventude, José Américo Abreu Costa, juiz da 1ª Vara da Infância e da Juventude, Sandra Silva, Conselheira Tutelar do Centro, e Amanda Garcez Teixeira de Campos, coordenadora de Atenção à Mulher, Criança e Adolescente e Conselheira do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
DEBATE
Para o co-vereador do Coletivo Nós Jhonatan Soares, que conduziu as discussões e foi o autor do requerimento de solicitação do painel, a discussão iniciada no evento é um passo fundamental em direção à construção de políticas públicas mais amplas para essas crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.
“São milhares de pessoas que se tornaram órfãs em decorrência da Covid-19. É dever do Estado conhecer essa realidade e fomentar as políticas que deverão dar assistência a essas crianças e adolescentes, por isso o Poder Legislativo precisa propor essas discussões não apenas hoje, mas todos os dias”, enfatizou.
Durante o evento, autoridades de cuidado à criança e ao adolescente realizaram apresentações, apontando desafios para o enfrentamento da problemática. O promotor da Infância e Juventude Márcio Thadeu Silva apresentou dados e pontos sobre as políticas de assistência na condução dos cuidados a essas crianças e adolescentes.
Márcio Thadeu destacou ainda a importância de fomentar mecanismos que realmente protejam as crianças e adolescentes e falou que o legislativo pode contribuir diretamente nesse processo.
“O trabalho desenvolvido aqui hoje na Câmara é vital, estamos falando de vidas, não é uma questão simples. Precisamos dar urgência nas soluções para esses desafios e, nesse sentido, parabenizo a Câmara de São Luís por propor esse debate com toda a sociedade”, enfatizou.
DADOS
Desde o início da pandemia, em março do ano passado, 577 mil pessoas perderam a vida em decorrência de complicações da doença, no Brasil. Foram 113 mil menores de idade brasileiros que perderam o pai, a mãe ou ambos para a Covid-19 entre março de 2020 e abril de 2021. Se consideradas as crianças e adolescentes que tinham como principal cuidador os avós/avôs, esse número salta para 130 mil no país. No mundo, a cifra ultrapassa 1,5 milhão de órfãos, de acordo com um estudo publicado em julho, no periódico científico Lancet.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE